Colnago
disse que está em estudo a hipótese de abrir uma "janela temporal de um ou
dois meses".
O ministro do
Planejamento, Esteves Colnago, confirmou ontem (26) que o governo estuda
liberar, temporariamente, os saques do PIS/Pasep para os trabalhadores,
independentemente de idade. O objetivo é dar uma injeção de estímulo à economia
em torno de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões. Pela proposta, poderão sacar os
recursos os trabalhadores cadastrados no fundo até 4 de outubro de 1988 e que
ainda não retiraram o saldo total de cotas nas contas individuais.
Após participar da 2ª
Conferência do Banco de Desenvolvimento da América Latina Infraestrutura para o
Desenvolvimento da América Latina, em Buenos Aires, Colnago disse que está em estudo
a hipótese de abrir uma "janela temporal de um ou dois meses" para
que os trabalhadores façam os saques dos recursos retidos. Porém, a medida
ainda depende de aprovação no Congresso Nacional.
O texto em tramitação
no Congresso é relatado pelo senador Lasier Martins (PSD-RS) e aguarda votação.
Atualmente, o fundo só pode ser sacado por aposentados ou pessoas com mais de
70 anos. A proposta do governo era reduzir a idade para 60 anos. O relator
propôs a "janela temporal".
Servidores.
Colnago sinalizou ainda
que o governo ainda examina a possibilidade de reajustar os salários dos
servidores federais, em 2019. Segundo ele, o Executivo analisa
"janelas" para ter "mais liberdade" sobre o que deve ser
colocado em prática.
De acordo com o
ministro, no momento o que há é uma proposta para adiar concessões de reajustes
e, não suspendê-los de forma definitiva. Ele disse que a proposta é para dar
uma margem de manobra maior ao proximo governo, que tomara posse em 2019 tendo
apenas R$ 100 bilhões para despesas de custeio. "É um valor baixo. Para se
ter uma ideia, este ano nós temos R$ 128 bilhões", disse.
Dólar.
Questionado sobre a
alta do dólar, que chegou ontem a R$ 3,48, o valor mais alto em quase dois
anos, Colnago admitiu que a continuidade do valor alto não contribui para a
economia. Segundo ele, esta volatilidade é ruim. Porém, o ministro se disse
convencido que deve uma estagnação em torno de R$ 3,50.
Colnago reiterou que a
alta do dólar impacta diretamente na inflação, mas não demonstrou preocupação:
"Temos uma certa gordura, nível de inflação abaixo da meta [por
exemplo]". De acordo com ele, o volume de reservas em torno de US$ 380
bilhões e a balança comercial em superávit de US$ 65 bilhões colaboram para um
clima de equilíbrio, mesmo com a volatilidade da moeda norte-americana.
Crescimento.
Segundo ministro, o
governo trabalha com uma estimativa de 3% de crescimento para este ano,
alinhada com o mercado. "Não tem uma posição oficial. O mercado está
caminhando para 2,7% a 2,8%, seria um bom crescimento", disse. "Nosso
produto potencial seria de 2,5%."
Colnago lembrou que a
perspectiva de crescimento econômico está diretamente associada à utilização do
que hoje é uma capacidade ociosa na indústria nacional, o que pode mudar a
estrutura atual, e também considerar as possibilidades de reformas em curso,
como a da Previdência.
Para o ministro, o
processo como um todo deve levar de três a quatro anos. De acordo com ele, em
2022, o Brasil deve "estar no mesmo patamar" de 2014. Ele ressaltou
que a inflação está "muito bem comportada", assim como os juros nominal
e real estão mais baixos. "O importante é que a gente consiga manter
baixos a inflação e os juros", afirmou.
Reforma da
Previdência.
O ministro defendeu
ainda a retomada das discussões sobre a reforma da Previdência. De acordo com
ele, a despesa em torno de R$ 40 a R$ 50 bilhões por ano. "O novo
presidente terá um conjunto de desafios pela frente", observou.
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