A própolis é uma resina
atóxica produzida por vegetais e coletada pelas abelhas para proteger a
colmeia: além de ter função antimicrobiana, sua função é vedar a colônia contra
água, umidade e vento. Há milênios os seres humanos também usufruem dos
potenciais da própolis, os egípcios antigos, por exemplo, utilizavam-na em
rituais de mumificação, para preservação dos corpos. A novidade é que a
própolis também pode ser uma poderosa aliada na prevenção de cáries,
contribuindo para a integridade do esmalte dentário.
De acordo com
experimentos realizados pelos pesquisadores Pedro Luiz Rosalen, da Faculdade de
Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, Severino Matias
de Alencar, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade
de São Paulo (USP) e Masaharu Ikegaki, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas
da Universidade Federal de Alfenas, que estudam os diversos tipos da resina há
15 anos, a própolis é um agente antimicrobiano natural, que atua de duas formas
no combate à cárie.
As pesquisas sobre a
própolis revelaram que, além de atuar como antibiótico, ela reduz a capacidade
dos microrganismos presentes na placa bacteriana de produzir os ácidos que
originam as cáries. Ou seja, as bactérias continuam nos dentes, mas não
conseguem liberar os ácidos que causam a desmineralização. Essas bactérias
também geram uma espécie de cola que faz com que os microrganismos se grudem
nos dentes, formando novas placas bacterianas. A própolis consegue impedir que
as bactérias lancem essa substância nos dentes, o que impede a formação de
novas placas. “Mais do que matar os microrganismos é importante impedir
que as doenças causadas pelos microrganismos aconteçam”, salienta
Rosalen.
Os tipos de própolis
variam de acordo com a vegetação. Segundo o pesquisador, o Brasil é o país que
tem o maior registro de diversidade da resina, devido à sua variedade de climas
e ecossistemas. “A própolis do Sul é bastante diferente da própolis no
Nordeste. Nós buscamos nessas diferentes resinas substâncias químicas que,
isoladas, possam fazer frente a esse desafio da cavidade oral de interferir na
vida e na atuação das bactérias”, comenta o professor.
Os produtos a base de
própolis voltados à saúde bucal na maioria dos casos devem ser feitos em
farmácias de manipulação, e precisam ser prescritos por dentistas de acordo com
o quadro de cada paciente. Algumas pessoas podem ter alergia a própolis, mas,
como existem diversos tipos da resina, é possível ter alergia a um tipo e não a
outro.
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