quinta-feira, 26 de abril de 2018

DOENÇAS RELACIONADAS? O QUE ACONTECE NO SEU INTESTINO PODE AFETAR O CORAÇÃO...


FONTE:, em São Paulo, https://vivabem.uol.com.br




Será que o que acontece no nosso intestino pode ter alguma ligação com a saúde do nosso coração? Pode parecer maluco, mas novos estudos mostram que a barriga influência mais o coração do que podíamos imaginar.

Um novo estudo feito pelo Hospital Universitário do Centro Médico de Cleveland, nos Estados Unidos, mostrou que doenças inflamatórias intestinais podem aumentar em 23% as chances de um infarto. A causa desse aumento, de acordo com os cientistas, é a inflamação que ocorre em decorrência das doenças, mais conhecidas como doença de Crohn e retocolite.

Da mesma forma que as inflamações atacam o intestino, também podem afetar as artérias, gerando um bloqueio na passagem sanguínea e riscos altos para o coração.

"Com base no estudo é preciso reafirmar a importância de acompanhamento médico para o coração daqueles que têm doenças inflamatórias intestinais, sem esquecer a complexidade das inflamações causada pela doença e sua influência no corpo como um todo. Com esse cuidado é possível analisar com antecedência, caso haja alguma alteração cardiovascular e diminuir os riscos de ter um infarto", afirmou Élcio Pires Júnior, cirurgião cardíaco e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.

Relação das bactérias do intestino com o coração.
Uma outra pesquisa recente, feita na Universidade de Tufts, também nos Estados Unidos, revelou que eliminar as bactérias intestinais de uma pessoa ajuda a melhorar a função cardíaca e a reduzir os danos de quem já teve problemas cardíacos.

A ideia dos cientistas era investigar qual papel o sistema imunológico e as bactérias do intestino desempenham na recuperação da insuficiência cardíaca. Para isso, se basearam nas células T, um tipo de glóbulo branco que desempenha um papel importante na nossa resposta imunológica.

Na pesquisa, ratos foram divididos em grupos, onde parte deles teve as bactérias intestinais eliminadas e o restante seguiu com a microbiota normal. Depois disso, metade dos ratos que tinha tomado remédio e metade daqueles que ficou com as bactérias regulares passaram por cirurgias para mimetizar os efeitos da insuficiência cardíaca.

Como esperado pelos médicos, quando comparado os corações de ratos que tinham o microbioma completo, os corações dos animais sem bactérias intestinais foram menos danificados e bombearam o sangue com mais eficiência. Os pesquisadores ficaram impressionados com a força do efeito e afirmaram que o fato foi surpreendente.

A teoria é que as células T são ativadas por insuficiência cardíaca e se movem para o tecido cardíaco. Uma vez lá, eles liberam citocinas, moléculas sinalizadoras envolvidas na resposta imune.
As citocinas causam inflamação e formação de tecido cicatricial, que danificam o coração. Sem a presença de bactérias intestinais, há menos células T disponíveis e essas alterações são evitadas.

"Entender como a microbiota intestinal regula diretamente a função de órgãos distantes, como o coração, lançará nova luz sobre possíveis novas abordagens terapêuticas em pacientes recentemente diagnosticados com insuficiência cardíaca para prevenir a progressão", conclui Francisco J. Carrillo-Salinas, em entrevista ao Medical News Today.

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