Pesquisas anteriores já
haviam mostrado que o chocolate amargo é capaz de estimular o sistema
imunológico e melhorar a saúde do coração e da memória, mas é a primeira vez
que um estudo foi feito com o objetivo de determinar como o cacau pode
ajudar a saúde cognitiva, hormonal e cardiovascular. Quanto mais amargo
for o chocolate, maiores são os benefícios para a saúde, é o que afirma
um estudo realizado pela Universidade Loma Linda,
nos Estados Unidos.
De acordo com os
resultados apresentados na conferência Biologia
Experimental 2018, que aconteceu nos Estados Unidos
durante o final de semana, apesar de muitos não gostarem de chocolates com
altas concentrações de cacau, na verdade, são elas que impulsionam o cérebro e
o sistema cardiovascular, aumentando o fluxo sanguíneo e reduzindo inflamações.
Além disso, os
pesquisadores descobriram que o consumo de chocolate amargo pode diminuir
os níveis de estresse e aumentar a imunidade. “Por anos, analisamos a
influência do chocolate amargo nas funções neurológicas do ponto de vista do
teor de açúcar, quanto mais açúcar, mais felizes estamos. Mas esse estudo nos
mostrou que quanto maior a concentração de cacau, mais positivo é o impacto na
cognição, memória, humor, imunidade e outros efeitos benéficos”, disse Lee
Berk, principal autor do estudo, ao Daily Mail.
Benefícios
do cacau.
O cacau é conhecido por
ser rico em flavanóis, antioxidantes extremamente potentes que atuam como
agentes anti-inflamatórios, beneficiando a saúde cerebral e cardiovascular. Ou
seja, essas substâncias são capazes de diminuir a inflamação, que influencia no
câncer, doenças cardíacas, diabetes, demência e na depressão. Outra
consequência da inflamação é que, se prolongada, pode causar danos permanentes
ao coração, cérebro e outros órgãos.
O objetivo das duas
pesquisas realizadas pelos cientistas americanos era testar os efeitos do
chocolate amargo no sistema imunológico e no cérebro. Os resultados do primeiro
estudo demonstraram que barras com 70% de cacau aumentaram a produção de
substâncias químicas que combatem a inflamação.
Já no segundo,
descobriu-se que os participantes tiveram uma melhora na memória, já que houve
um aumento nas conexões entre as células do cérebro (neuroplasticidade). Os
sinais elétricos cerebrais foram monitorados via eletroencefalograma ao longo
de 30 minutos e duas horas depois de os voluntários consumirem 48 gramas de
chocolate amargo (70% cacau). Em comunicado, a equipe revelou que os resultados
mostram que nessa concentração de cacau ocorre um aumento na conexões
cerebrais, beneficiando a saúde comportamental e cerebral dos indivíduos
analisados.
Apesar dos bons
resultados iniciais, os pesquisadores dizem que mais pesquisas são necessárias
para determinar a importância desses efeitos para as células do sistema
imunológico e para o cérebro em populações maiores.
Outro
estudo, mesmos resultados.
No ano passado, um
estudo realizado por cientistas italianos também
descobriu que o chocolate amargo impulsiona o fluxo sanguíneo para partes
fundamentais do cérebro, melhorando a memória e o tempo de atenção. Eles
revelaram ainda que o cacau traz benefícios para a saúde do coração e para a
massa cinzenta, que está diretamente ligada ao declínio mental provocado pela
idade. Todos esses benefícios foram associados aos flavonóis.
Esse estudo também
descobriu que pessoas que comeram chocolate todos os dias apresentaram melhores
níveis de atenção, memória de trabalho e capacidade de processar velocidade e
fluência verbal. Do mesmo modo, idosos podem encontrar benefícios no consumo
diário do chocolate amargo, podendo alcançar melhor função cerebral.
Já as mulheres que
consomem chocolate depois de uma noite sem dormir experimentaram níveis mais
baixos de deficiências cerebrais. Essa descoberta pode indicar um novo caminho
para quem sofrem de insônia. Os benefícios mais importantes, contudo,
foram encontrados em pessoas que já haviam começado a dar sinais de declínio de
memória ou comprometimento cognitivo, sintomas relacionados ao Alzheimer.
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