Tem gente que diz ter
feito isso ou aquilo por estar bêbado. Mas isso é verdade? A bebida pode mudar
o comportamento, é verdade. Qual quantidade? Depende do hábito e da tolerância
de cada um. Mas tem muita coisa que é desculpa esfarrapada. Veja os mitos e
verdades mais comuns.
Quem bebe fica mais
desinibido.
Verdade: sob
o efeito do álcool, a percepção que a pessoa tem do outro diminui, mas aumenta
o contato consigo mesma. E, nesse tipo de situação, a censura vai embora. Até o
tímido fica engraçadinho e se solta mais. “No cérebro, o álcool tem um efeito
paradoxal, é uma falsa sensação de euforia e bem-estar. A pessoa pensa que está
falando coisas interessantes, ela ri do que não tem graça, o pensamento fica
empobrecido… mas a pessoa não se dá conta disso”, explica Cristiane Maluf
Martin, psicóloga e psicanalista.
Começa a achar a vida
um barato.
Mentira: existem
três fases do consumo de álcool. Em um primeiro momento, a sensação até pode
ser agradável, pois a bebida provoca um relaxamento. Porém, se o consumo é
continuado, a pessoa chega à euforia, quando pode ter comportamentos
agressivos. “Por fim, com um alto consumo, em um terceiro momento, vem a
depressão”, explica a Dra. Iara. Nessa última fase, também são comuns outros
efeitos indesejáveis, como vômito e mal-estar. E é aí que, abraçado com a
privada, a felicidade do bebedor realmente chega ao fim.
Revela um babaca.
Em termos: não
é todo mundo que bebe que vai falar coisas capazes de magoar as pessoas ou que
vai sair por aí fazendo piadinhas bobas. Mas, segundo o psiquiatra e
psicanalista Sergio de Paula Ramos, o que acontece é que a bebida em excesso
potencializa tendências que a pessoa já tem. “O álcool ajuda a soltar algumas
das coisas que existem em nós e que queremos esconder. Então, acabamos dando
com a língua nos dentes sob o efeito da bebida, por estarmos mais
descontrolados.”
Perde a memória.
Verdade: já
teve dificuldade de se lembrar o que fez na noite anterior por causa da
bebedeira? Sim, o responsável por isso foi o álcool, ou melhor, você, que bebeu
demais. “Chamamos isso de apagamento. É como se tivessem tirado uma fatia da
memória da pessoa. Esse é o efeito agudo”, conta o Dr. Sergio de Paula Ramos.
Ele conta que também existe um efeito crônico da bebedeira, em que a pessoa
apresenta danos na memória. “Quando esse quadro se torna mais grave, a pessoa
perde a capacidade de memória de fixação, ela não consegue verter nenhuma informação
nova, já está em um quadro demencial.”
Fica sincerão que só.
Verdade: aquela
história de que “a bebida entra e a verdade sai” não é mito nem desculpa
esfarrapada. Com o consumo exagerado de álcool, a censura se torna um conceito
abstrato. A pessoa acaba tendo maior contato consigo mesma e para de ligar
tanto para o que os outros vão pensar. Então, ela praticamente joga o “filtro”
fora e pode sair falando o que tiver vontade, como se não houvesse amanhã.
Melhora a performance
no sexo.
Mentira: o
álcool é um depressor. Em um primeiro momento, ele deixa a pessoa eufórica,
excitada. Mas, depois de algumas doses, provoca sonolência e compromete os
sentidos. Sem contar que, alcoolizado, o casal pode se esquecer de usar
camisinha: um perigo! “Shakespeare dizia que o álcool desperta o espírito. Mas
é verdade que ele também adormece o corpo. Homens alcoolizados podem não
conseguir ereção por causa do nível de álcool no sangue. Já as mulheres poderão
ficar mais anestesiadas”, explica o Dr. Sergio de Paula Ramos.
Arruma briga até com a
sombra.
Verdade: isso
pode acontecer, sim. Segundo a Dra. Iara, o álcool age principalmente em dois
neurotransmissores: um deles é a serotonina, responsável pela regulação do
humor. “O aumento da liberação de serotonina leva o sujeito à euforia, que pode
vir a gerar comportamentos agressivos”, explica a especialista.
*** FONTES: Cristiane Maluf Martin, psicóloga e psicanalista, com especialização em álcool e drogas. Sergio de Paula Ramos, psiquiatra e psicanalista, diretor do centro de tratamento de dependência química Villa Janus. Iara Regina Wolf, psicóloga pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental.
*** FONTES: Cristiane Maluf Martin, psicóloga e psicanalista, com especialização em álcool e drogas. Sergio de Paula Ramos, psiquiatra e psicanalista, diretor do centro de tratamento de dependência química Villa Janus. Iara Regina Wolf, psicóloga pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental.
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