As estrias não se apagam
jamais, essa é a verdade nua e crua. Mas dá, sim, para amenizar as marcas e
torná-las (quase) invisíveis, caso você se incomode com elas. As
dermatologistas Érica Monteiro e Alessandra Haddad, de São Paulo, tiram as
principais dúvidas sobre o assunto.
Por que elas aparecem?
São cicatrizes causadas
pelo rompimento das fibras de sustentação da
pele, constituídas por colágeno e elastina. Apesar de não existir tratamento
para extingui-las de vez, há no mercado produtos muito eficientes para diminuir
as marcas.
Quais são as opções de
tratamento?
Basicamente, são três
os métodos mais usados para estimular a formação de colágeno, a proteína que
preenche (e disfarça) a cicatriz:
- O químico é feito
com peelings à base de ácidos;
- O térmico que, por meio de um processo chamado fototermólise seletiva, direciona a luz do laser para a área lesionada;
- O mecânico se vale
da microdermoabrasão com cristais para promover uma espécie de lixamento
da pele.
Cabe ao dermatologista
indicar o mais adequado a cada caso.
E os cremes à base de
ácido retinoico, funcionam?
Sim, principalmente nas
estrias novinhas. No entanto, tomar sol, mesmo aplicando um filtro solar com alto
fator de proteção, fica proibido pelo menos durante seis meses – tempo do
tratamento. Isso porque o ativo é fotossensibilizante. E a pele, que se torna
mais fina com o uso continuado, corre maior risco de sofrer uma queimadura. Sem falar que
as áreas onde as estrias mais aparecem, como bumbum, quadris, coxas, seios, atrás
do joelho e região lombar,
sofrem o atrito de tecidos, seja o jeans ou até mesmo o sutiã. O resultado é um
alto grau de irritação, o que pode levar à interrupção do tratamento.
Até que ponto os
tratamentos dão resultado?
Eles apenas reduzem o
aspecto enrugado. O sucesso, porém, vai depender do tipo de estria e de pele. A
estria vermelha indica que o rompimento da fibra elástica, que resulta na
cicatriz, é recente. Nesse caso, as chances de uma reversão aumentam.
E quanto antes você
agir, melhor. A pele ressecada, mais sujeita
ao esgarçamento, costuma ser mais difícil de tratar. Daí a importância de
mantê-la bem hidratada.
Hidratação, então, é
uma forma de prevenção?
Sim. Por isso, vale
investir em um hidratante poderoso e
de boa qualidade – e não apenas naquele produto cheiroso. Sua fórmula deve
conter ativos que ajudam a segurar as moléculas de água nas camadas mais
profundas da pele. É o caso da ureia, do PCA-Na e do D-Pantenol.
Também precisa
ter óleos, como o de amêndoas, o
de rosa mosqueta, o de bétula e o de uva, que formam um barreira sobre o corpo,
evitando a saída da água e, assim, o ressecamento.
Por fim, ainda existem
componentes que tornam o tecido mais firme e resistente. Procure no rótulo por
elastinol e densiskin ou peça para o dermatologista manipular.
Há outras maneiras de
evitar essas marcas?
Sim. Uma delas é evitar
grandes variações de peso, o que faz a pele arrebentar como um elástico. O
mesmo acontece se você fizer um treino de musculação de
hipertrofia por muito tempo.
Quando o tamanho e o
volume dos músculos aumentam, a pele também tende a esticar. As grávidas, por motivos óbvios,
também ficam mais vulneráveis. De novo, hidratar o corpo todo pelo menos uma
vez por dia pode ajudar.
A alimentação
influencia no aparecimento da estria?
Quem não ingere
alimentos proteicos corre maior risco de vê-la surgir. Isso porque o colágeno
depende do nutriente para se formar. Se ele está em falta, as fibras elásticas
tendem a se romper com maior facilidade.
Dá
para disfarçar?
Cubra a estria com
um produto manipulado à base
de óxido de cromo. Ele funciona como um tonalizante, ou seja, tem efeito
temporário.
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