Você já deve ter ouvido
que a vitamina D é
essencial para o bom funcionamento do organismo. Para ter ideia, a falta desse
nutriente pode causar problemas físicos e cognitivos, além de aumentar o risco
de doenças autoimunes, infecciosas, cardiovasculares e tumores malignos.
Para garantir a
quantidade necessária, especialistas indicam, além de uma dieta balanceada,
tomar sol. É por meio dele que garantimos cerca de 90% da vitamina D. “A
síntese é feita pelos raios ultravioletas B, que estão presentes entre 10 horas
da manhã e 4 horas da tarde”, explica a dermatologista Clívia Carneiro,
professora adjunta da Universidade do Pará e membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD). “Por outro lado, esse é o horário que também
oferece maior dano para o DNA, aumentando a probabilidade câncer de pele“, pondera.
A principal forma de
prevenir esse tipo de tumor – o mais incidente no Brasil – é usando filtro solar. Mas há
divergências no mundo da ciência sobre como (e se) o produto interfere na vitamina
D. Por isso, especialistas da SBD conduziram uma pesquisa com 95 pessoas,
que foram divididas em três grupos: um que ficou privado da exposição solar por
24 horas; outro que tomou de 10 a 15 minutos de sol com protetor; e um terceiro
que recebeu os raios solares pelo mesmo período, mas sem filtro solar.
Os níveis de vitamina D
no sangue dos participantes foram medidos na manhã antes do
experimento e um dia depois. O resultado revelou que não houve grandes
diferenças entre as turmas e que a síntese ocorreu pouco tempo depois de se
exporem ao sol – mesmo com protetor. Isso mostra que não é preciso passar muito
tempo sob a radiação para garantir a dose certa dessa vitamina. “Num país
de clima tropical como o Brasil, atividades diárias ao ar livre são
suficientes. Ao caminhar na rua, estender roupa no varal ou praticar
algum exercício outdoor,
você já estará adquirindo a vitamina”, garante Clívia.
O tom de pele também
importa: quem tem pele clara costuma
produzir a vitamina de forma mais eficiente; já pacientes mais morenos demoram
mais a sintetizá-la. “Por outro lado, essas pessoas também têm mais melanina, o
que garante maior proteção contra o câncer de pele”, esclarece a
dermatologista.
De acordo com a médica,
aqueles que não conseguem atingir as taxas adequadas naturalmente devem
tomar suplementos. Mas nada de
fazer isso por conta própria! “Feita de maneira aleatória, a suplementação pode
causar fadiga, mal-estar, dor
estomacal, sinais de intoxicação e até insuficiência renal”, adverte Clívia.
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