FONTE: *** Marcio Atalla, http://marcioatalla.blogosfera.uol.com.br
Queria falar um pouco sobre como a genética determina muitas coisas em
nossa saúde, inclusive nosso peso corporal.
É sabido que tanto nosso peso, como a maioria das doenças, são
poligenéticas, ou seja, determinadas por muitos genes. Assim é com a obesidade,
o diabetes, a hipertensão e uma série de outras doenças. Mas, é fundamental
sabermos que isso não é definitivo, imutável, mas que nosso estilo de vida
também determina nossa saúde e pode alterar a expressão desses genes.
Durante minha vida sempre ouvi que a genética me abençoou e que sou magro
por conta dos meu genes. Sempre achei uma injustiça, porque desde que me
entendo por gente, tenho a lembrança da minha mãe me levando pra fazer natação
e judô no Minas Tênis Clube, e de ficar na rua jogando bola até tarde e
esperando meu pai chegar do trabalho pra jogar mais um pouco com ele.
A alimentação na minha casa sempre foi sem proibição, e também sem
exageros. Muito arroz e feijão, pão, leite, fruta e salada. Também lembro de ir
passar férias em São Paulo, na casa dos meus avós, e comer exageradamente uns 4
ou 5 pratos de macarrão e ficar muito orgulhoso, mas em seguida ouvir da minha
avó que deveria sempre deixar a mesa com a sensação de poder comer mais um
pouco, não empanturrado como estava. Lição dada e aprendida, sigo com ela até
hoje.
Voltando aos genes, sempre fui convidado pra fazer testes e descobrir a
tendência genética pra minha saúde. São empresas do exterior, algumas da
Alemanha e Estados Unidos, que coletam nossa saliva e analisam o DNA. Já tinha
feito em 2013 e fiquei surpreso (e desconfiado) quando recebi o resultado de
ter forte tendência à obesidade e ao diabetes. Não era um relatório muito
completo e não dei importância.
Esse ano, meu irmão me convenceu a refazer o teste em dois outros laboratórios,
com relatórios mais completos. Hoje chegaram os resultados: de 702 genes
analisados, 359 apontavam uma tendência à obesidade. A média de peso para
pessoas da minha idade e com meu perfil genético é de 90 kg, e eu peso 75 kg.
Além disso, minha glicemia em jejum é de 88 mg/dl, ou seja, menor que 99 mg/dl
que é considerada a taxa limite.
Enfim, isso tudo pra dizer o que? Mais uma vez, que nosso estilo de vida
–principalmente a atividade física regular, o movimento físico diário — tem o
poder de “silenciar” alguns genes e determinar uma boa saúde e qualidade de
vida para todos. Acima de qualquer predeterminação genética. Sei que não posso
mudar a minha, mas ainda assim, tenho controle sobre meu estilo de vida e é
nisso que invisto minhas energias, e não em colocar a culpa nos meus
ancestrais…
Sobre
o autor.
Marcio Atalla é professor de educação física, com pós-graduação em
nutrição pela USP (Universidade de São Paulo). Depois de muitos anos como
preparador físico de atletas de alto rendimento, passou a desenvolver uma série
de iniciativas na mídia para incentivar a população a levar uma vida mais
saudável. É autor de três livros, entre eles, “Sua Vida em Movimento” (ed.
Paralela), com mais de 50 mil cópias vendidas.
Sobre
o blog.
Dicas simples e muito eficazes para você ajustar seu estilo de vida aos
poucos, começando a se movimentar mais e a fazer melhores escolhas alimentares.
Detalhe fundamental: todas baseadas em estudos, sem espaço para mitos e
modismos que sempre surgem quando o assunto é saúde e bem-estar.
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