Funcionária da Globo por cerca de seis anos, Izabella
Camargo não chegou a ser recebida dentro da emissora nesta
quarta-feira, 10, data em que, segundo decisão judicial, a jornalista deveria
ser reintegrada ao canal. “Eles me receberam na calçada, a conversa foi feita
de pé, na rua”, diz Izabella. “Fiquei impactada, por estar lá fora muitas
pessoas me viram e perceberam o que estava acontecendo. Não passei pela
catraca.” Procurada, a Globo afirma que não comenta “casos sob júdice”.
Como VEJA revelou, na quinta-feira 4, a Globo recebeu a notificação
da decisão judicial que obrigava a emissora a recontratar a jornalista,
demitida depois de ter sido diagnosticada com a síndrome de burnout, causada
por condições de trabalho desgastantes. Ela era apresentadora da previsão do
tempo no Hora 1 e Bom Dia, Brasil, jornalísticos
que vão ao ar durante a madrugada e a manhã, respectivamente, o que a obrigava
a trocar o dia pela noite.
Segundo Izabella, a decisão do juiz José Aguiar Linhares Lima Neto, da
24° Vara do Trabalho, determinava que sua reintegração deveria acontecer às
11h. Ela foi à emissora acompanhada do advogado e do marido, o especialista em
finanças Thiago Godoy Nascimento. “Estive lá e ouvi que eles ainda não pensaram
sobre o meu caso”, diz a jornalista, afirmando que até o momento não sabe quais
vão ser os próximos passos. “Eu agradeci e segui a vida. Eu sempre falei a
verdade. Meu coração está muito tranquilo.”
Em depoimento a VEJA, em janeiro, Izabella afirmou que foi
incompreendida. “Entre um sintoma e outro, levava laudos para meus chefes
pedindo só uma mudança de horário. Voltei de uma licença médica e fui
dispensada. Uma doença assim não é bem-vista nas empresas. Algumas preferem até
dizer que o funcionário quebrou o pé a confirmar a síndrome”, disse. Depois de
deixar a emissora, Izabella trabalhou na comunicação do Ministério da Ciência e
Tecnologia, conforme revelou o Radar.
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