Devemos apostar em
várias coisas para ter mais prazer na cama: na masturbação, na quebra de tabus,
na imaginação, em sex toys. Tão importante quanto, porém, é reconhecer de quais
atitudes e pensamentos é preciso abrir mão e se libertar para, enfim, se dar
uma chance de conquistar uma realização sexual plena e saudável. Exemplos?
Vamos lá:
Não
falar o que quer com medo de ser julgada.
Dizer do que gosta ou
não na cama, para muitas mulheres, é uma atitude muito difícil. E o receio da
exposição, na maioria das circunstâncias, é calcado em fatores justificáveis:
educação repressora, crenças limitantes, tabus que atravessam gerações,
experiências anteriores ruins. No entanto, se a mulher não tiver coragem de
dizer que prefere determinado estímulo e posição, pois é assim que obtém
orgasmo, dificilmente vai ter uma vida sexual saudável e prazerosa. "Se
você está a fim de inovar, fale. Muitas pessoas sentem tesão em ouvir certos
pedidos. As chances de vocês entrarem em sintonia e terem um sexo bem mais
gostoso são grandes", fala a psicóloga Raquel Fernandes Marques, da
Clínica Anime, de São Paulo (SP).
Ultrapassar
limites para agradar.
Se você não se sente à
vontade para praticar sexo anal ou realizar determinada fantasia, não faça.
"Jamais ultrapasse seus limites, pois você estará violando seus prazeres e
se desrespeitando e não há nada no mundo que valha mais que seus próprios
valores e desejos", diz Gislene Teixeira, especialista em relacionamento e
sexualidade e mediadora de conflitos, de São Paulo (SP). "Sexo bom deve
ser sempre bom para os dois. Se for apenas para uma das partes, já está tudo em
desajuste", completa. O diálogo e os acordos prévios são os ingredientes
fundamentais para alcançar isso.
Fingir
orgasmo.
Você pode até enganar o
parceiro, mas não engana a si mesma. Fingir orgasmo gera ansiedade, expectativa
e frustração e isso pode comprometer todas as transas futuras. "O parceiro
precisa saber que ainda não foi dessa vez e que talvez precise se empenhar um
pouco mais nas preliminares, no ato, no afeto, no carinho. Ao admitir que não
gozou, você abre uma excelente oportunidade para começarem a 'treinar'
novamente em busca desse 'tal orgasmo' que nem sempre se acha com facilidade. O
que vale é o prazer compartillhado no processo e não o resultado", pontua
Gislene.
Querer
gozar sempre.
Segundo Raquel, muitas
vezes pensamos - de maneira errônea - que o sexo se baseia em penetração,
orgasmo e pronto, mas o sexo vai muito mais além. "Trata-se de aproveitar
o percurso, sentir cada carícia e movimento e se conectar com seu
parceiro", diz. Já a psicóloga Livia Marques, do Rio de Janeiro (RJ),
avisa que a tensão em gozar atrapalha tudo. "Essa ansiedade toda faz mal e
tem o efeito contrário ao esperado, não permitindo que você sinta prazer. Tente
relaxar o corpo e a mente e aproveitar o momento", fala.
Ignorar
desconfortos e continuar a transa.
Desista de tentar ser a
Mulher Maravilha em nome do prazer a todo custo. Incômodos como cãibras,
ardência na penetração e dores físicas devem ser comunicados imediatamente ao
parceiro. "Assim é possível parar e verificar o que está acontecendo. Às
vezes, uma troca de posição já melhora a situação. Às vezes, deixem para
recomeçar no outro dia, em outro momento", sugere Gisele. Seguir em frente
desrespeitando os próprios limites apenas para "cumprir tabela" ou
agradar alguém não vale a pena. Porque, no fim das contas, de que forma você
estará curtindo?
Ter
vergonha do próprio corpo.
"Enquanto a mulher
achar que o seu corpo define quem ela é, fica difícil se olhar sem todas as
sensações negativas que ele causa, como vergonha, frustração, insatisfação e
raiva. A mulher precisa, antes de mais nada, treinar olhar para o seu corpo de
fora, lembrando sempre que ele é apenas um detalhe dentro de tudo o que ela
é", diz Raquel. Mesmo porque a silhueta não tem nada a ver com a
disposição de uma pessoa em dar e receber prazer, em se entregar na cama e em
curtir o momento plenamente, não é mesmo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário