Resumo da
notícia
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A
síndrome do estresse medial tibial é uma lesão que ocorre devido à inflamação
da membrana que reveste o osso da canela
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Popularmente
chamado de canelite, o problema gera dor ao correr e até ao caminhar ou subir
e descer escadas
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Aumentar
a distância do treino sem planejamento, sobrepeso e treinar em pisos duros
(concreto e asfalto) são fatores de risco da lesão
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Durante
o tratamento da canelite o atleta pode ficar até dois meses sem correr
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A pessoa começa a
correr, se empolga, aumenta a distância e a frequência dos treinos e, de
repente, é pega de surpresa por uma dor chata na região da canela. O incômodo
pode até passar depois de alguns dias de descanso, mas basta retornar para o
asfalto que ele aparece novamente, às vezes mais intenso. Essa é a tal da
canelite, lesão formalmente chamada de síndrome do estresse medial tibial, uma
inflamação da membrana (periósteo) que reveste o osso da canela.
A maior queixa é dor na
tíbia durante exercícios de impacto e depois do treino, que pode persistir até
em movimentos simples, como caminhar e descer ou subir escadas. Se você é ou já
foi vítima do problema, saiba que não está sozinho. Essa é uma das lesões mais
comuns em corredores e corredoras e acomete até quem não pratica o esporte.
Quais
são os principais vilões?
Segundo Murilo Curtolo,
mestre em ciências da saúde pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e
fisioterapeuta do esporte da clínica Physic, ao correr o corpo recebe um
impacto três a oito vezes maior que seu próprio peso. A falta de um programa de
treinamento bem planejado, com descanso adequado e aumento progressivo da
distância e da intensidade da corrida, está entre as principais causas da
canelite. Isso porque a elevação muito abrupta da carga de treinos não permite
que o corpo se adapte adequadamente e suporte as exigências da atividade
física.
O excesso de peso e
treinar sempre em pisos duros (concreto e asfalto) são outros fatores que
proporcionam grande impacto ao corpo e aumentam o risco da canelite.
O ortopedista Fellipe
Savioli, pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e membro da
SBMEE (Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício), explica que
a falta de fortalecimento
dos músculos das panturrilhas,
do tibial anterior, dos quadríceps e dos glúteos também favorece a lesão, pois
os músculos têm importante papel na absorção de impacto e protegem ossos e
articulações.
Como
tratar a canelite.
Caso a dor na canela
persista por mais de 72 horas ou apareça em vários treinos seguidos, é
importante consultar um médico para investigar o problema. Quando confirmada a
lesão, o tratamento geralmente é feito com medicamentos anti-inflamatórios,
fisioterapia e muito repouso --sim, o atleta costuma ficar sem correr de seis a
oito semanas, tempo médio de cicatrização do periósteo.
Durante esse período de
descanso, é importante evitar qualquer atividade física que gera sobrecarga na
região lesionada, incluindo movimentos de musculação como agachamento
com barra, leg press e exercícios pliométricos (saltos).
Até a bike, geralmente
recomendada para corredores lesionados, por não ter impacto, requer cuidados.
"O sppinning, por exemplo, exige trechos de pedalada em pé, o que é
prejudicial para o tratamento da canelite. Se for participar de uma aula, fique
o tempo todo sentado", alerta Curtolo.
Quando receber
liberação médica para voltar aos treinos, faça isso de forma leve, gradual e
procure correr na grama ou na terra, pisos que absorvem o impacto.
É importante saber que
a canelite não ocorre apenas em corredores iniciantes. Os mais experientes
também estão sujeitos ao desconforto, que pode evoluir para uma fratura do osso
por estresse caso você ignore os sintomas e permaneça fazendo atividades de
impacto.
Dicas
para evitar a canelite.
- Respeite o descanso.
Se na planilha está "day off", não vá correr. A recuperação faz parte
do treino. É nesse intervalo que os músculos, ossos e articulações assimilam o
estímulo e mobilizam forças para se tornarem mais resistentes.
- Quando estiver muito
cansado em um dia der treino, avalie com seu professor se não vale ficar sem
correr e tirar um tempo maior de descanso. Ouvir o corpo é uma forma de se
poupar.
- Valorize seu tempo de
sono. Dormir bem é essencial para ir bem nos treinos e uma adequada recuperação
muscular.
- Evite treinar por
conta própria. Nada substitui o aconselhamento profissional. Um bom treinador
avalia o corredor de forma individualizada e pode ser capaz de prever e evitar
lesões.
- Não ignore a dor ou
deixe que ela atrapalhe o exercício. Vá ao médico logo que perceber um
desconforto anormal (que dure mais de três dias ou ocorra em vários treinos).
- Tenha paciência.
Correr de forma ininterrupta, aumentar a distância e tornar-se mais veloz leva
tempo. Respeite seus limites e não vá na empolgação de quem está em um estágio
no esporte diferente do seu.
- Alterne treinos no
asfalto com corridas em pisos macios, como grama, terra batida e areia.
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