Dermatites,
psoríase, acne e queda dos cabelos são alguns dos problemas que podem aparecer
devido ao estresse.
Lembra quando você
passou pela primeira sensação de emoção? Suas mãos começaram a transpirar? Isso
ocorre porque cérebro e pele estão conectados e devido ao aumento dos
batimentos cardíacos e vasodilatação, o cérebro mandou um sinal para que a sua
pele produzisse suor com o objetivo de diminuir a temperatura corporal.
Existe uma ligação
muito interessante entre pele e cérebro, basta lembrarmos que após a fecundação
do óvulo, durante a formação do embrião, temos a formação de uma estrutura
denominada ectoderme, que futuramente dará origem a toda nossa pele, sistema
neural e mecanismos de pigmentação. Portanto pele e cérebro estão conectados
desde o nascimento.
A pele tem receptores
sensoriais que captam sensações que vêm de fora, como calor, frio, receptores
para dor e transmitem essas sensações para o cérebro. O cerebelo responde a
esses sinais que impactam diretamente na pele.
Hormônios como cortisol, por exemplo, são aumentados em pessoas com alto nível de estresse e podem impactar negativamente gerando manchas na pele. O cortisol está relacionado com um pró-hormônio denominado POMC (pro-ópiomelanocortina) que induz a formação de melanina na pele.
O estresse psicológico
já foi cientificamente relacionado com uma série de doenças de pele como
dermatites, psoríase, urticária, acne e alopecia areata (perda de cabelo). Na
maioria das vezes isso ocorre devido a liberação de mediadores inflamatórios e
ativação de mecanismos de defesa que atuam de forma negativa na pele.
O estresse também
libera catecolaminas, como a adrenalina, por exemplo, conhecido como “hormônio
da fuga”, que leva à aceleração dos batimentos cardíacos e na pele interfere na
produção de melanina (pigmento que dá cor à pele), podendo causar manchas e
diminuição da produção de colágeno pelos fibroblastos.
Já a prolactina, um hormônio
que tem como principal função a de estimular a produção de leite pelas
glândulas mamárias, pode sofrer com o estresse e na pele pode causar aumento da
produção de sebo pelas glândulas sebáceas e alterar a defesa natural da pele,
além de causar desidratação.
Alguns cremes podem auxiliar no controle dos efeitos da ação dos hormônios na pele. Doenças de pele relacionadas com a relação cérebro-pele podem ser tratadas utilizando cremes hidratantes com ativos que normalizam a ação das células de defesa. Mas claro que o paciente que sente que sua pele está respondendo negativamente ao estresse deve rapidamente buscar ajuda de um médico especialista que prescreverá o tratamento oral e tópico adequado.
*** Por: Lucas
Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia.
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