Doenças hepáticas podem
atingir pessoas de todas as idades. Nas crianças, é comum que esse tipo de
enfermidade seja congênita, ou seja, adquirida antes do nascimento ou ao
nascer. O tratamento das disfunções que acometem o fígado exige o
acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que inclui um cirurgião
dentista.
De acordo com Fábio de
Abreu Alves (CROSP 83680), a principal doença hepática que atinge os pequenos é
a atresia das vias biliares, que aumenta os níveis de bilirrubin, substância
encontrada na bile que permanece no sangue até ser eliminada na urina. Um dos
sinais característicos desse tipo de doença é a pigmentação esverdeada dos dentes.
“Essa manifestação vai
acontecer principalmente nos dentes de leite, devido à idade das crianças em
tratamento. Se o transplante for feito mais tarde, esse problema também pode
afetar os dentes permanentes”, explica Alves. Somada à falta de higiene e à
alimentação calórica que costuma ser indicada para suprir os nutrientes que a
criança perde devido à doença, os problemas no fígado também podem aumentar o
risco de cárie.
Cerca de 60 a 80% dos
pacientes com artresia devem passar por transplante de fígado. Nesses casos, o
dentista salienta que é preciso cuidar da cavidade bucal das crianças antes de
realizar a cirurgia, pois um foco de infecção na boca pode trazer complicações.
“Também é necessário agir na prevenção, uma vez que as bactérias da boca podem
entrar na corrente sanguínea e causar infecções”, afirma Alves.
Sandra Kalil (CROSP
40596), especialista em odontopediatria e Membro da Câmara Técnica de
Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP),
explica que o dentista tem papel fundamental no tratamento. “O trabalho do
odontopediatra é a prevenção e tratamento de doenças para evitar inflamações
que podem causar problemas sistêmicos. Para disfarçar a coloração verde,
dentistas realizam tratamentos estéticos como uso de resinas e de facetas
estéticas, facilitando a convivência de crianças que já estão passando por
muitas complicações”, afirma a especialista.
Após o transplante os
cuidados com a higiene bucal precisam ser redobrados, pois o paciente vai estar
utilizando medicamentos imunossupressores, que diminuem as defesas do organismo
para que o corpo não rejeite o transplante. É importante ter ainda mais atenção
para que não surjam infecções que poderão trazer problemas para todo o
organismo.
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