sexta-feira, 23 de agosto de 2019

SAIBA COMO AS DOENÇAS DO FÍGADO AFETAM A SAÚDE BUCAL DAS CRIANÇAS...


       
          
Doenças hepáticas podem atingir pessoas de todas as idades. Nas crianças, é comum que esse tipo de enfermidade seja congênita, ou seja, adquirida antes do nascimento ou ao nascer. O tratamento das disfunções que acometem o fígado exige o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que inclui um cirurgião dentista. 

De acordo com Fábio de Abreu Alves (CROSP 83680), a principal doença hepática que atinge os pequenos é a atresia das vias biliares, que aumenta os níveis de bilirrubin, substância encontrada na bile que permanece no sangue até ser eliminada na urina. Um dos sinais característicos desse tipo de doença é a pigmentação esverdeada dos dentes. 

“Essa manifestação vai acontecer principalmente nos dentes de leite, devido à idade das crianças em tratamento. Se o transplante for feito mais tarde, esse problema também pode afetar os dentes permanentes”, explica Alves. Somada à falta de higiene e à alimentação calórica que costuma ser indicada para suprir os nutrientes que a criança perde devido à doença, os problemas no fígado também podem aumentar o risco de cárie.

Cerca de 60 a 80% dos pacientes com artresia devem passar por transplante de fígado. Nesses casos, o dentista salienta que é preciso cuidar da cavidade bucal das crianças antes de realizar a cirurgia, pois um foco de infecção na boca pode trazer complicações. “Também é necessário agir na prevenção, uma vez que as bactérias da boca podem entrar na corrente sanguínea e causar infecções”, afirma Alves. 

Sandra Kalil (CROSP 40596), especialista em odontopediatria e Membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), explica que o dentista tem papel fundamental no tratamento. “O trabalho do odontopediatra é a prevenção e tratamento de doenças para evitar inflamações que podem causar problemas sistêmicos. Para disfarçar a coloração verde, dentistas realizam tratamentos estéticos como uso de resinas e de facetas estéticas, facilitando a convivência de crianças que já estão passando por muitas complicações”, afirma a especialista. 

Após o transplante os cuidados com a higiene bucal precisam ser redobrados, pois o paciente vai estar utilizando medicamentos imunossupressores, que diminuem as defesas do organismo para que o corpo não rejeite o transplante. É importante ter ainda mais atenção para que não surjam infecções que poderão trazer problemas para todo o organismo. 

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