FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
Vários fatos marcaram esta semana a política baiana: a declaração do PTB de apoio à candidatura do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) ao governo baiano, a citação do nome do governador Jaques Wagner como uma das alternativas petistas para disputar a Presidência da República caso seja necessário cortar o pescoço da ministra Dilma Rousseff e a agenda de uma provável conversa do presidente Lula com Geddel e o deputado Jader Barbalho para debater questões locais. Assim como na Bahia, no Pará PMDB e PT andam emendando os bigodes. Várias outras informações bombaram o noticiário como o ingresso do PDT na base aliada do Palácio de Ondina e a definição dos nomes (ainda em discussão) que vão ocupar cargos na esfera estadual, que também conversa com o PSC e com mais vier disposto a engrossar as fileiras do PT e seu projeto de reeleição de Wagner. Há, como se ver, um samba de criolo doido (doidão, aliás) na quadra da política estadual.
Toda essa louca movimentação poderia ser considerada precoce não fosse a atitude do presidente Lula em lançar prematuramente Dilma como sua sucessora. É isso mesmo. Quem melou o jogo, a ponto de subverter a ordem natural dos acontecimentos políticos foi o ex-metalúrgico. Criou-se um cenário em 2009 previsível apenas para 2010. A antecipação da eleição, pois, foi imposta de cima para baixo. Como não poderia deixar de ser, ninguém ganhou com essa pressa toda. Nem o próprio Lula. A propósito, o presidente acabou perdendo mais um dedo na arapuca por ele montada. E se insistir no erro é capaz de ter de decepar uma mão inteira. O PT sabe perfeitamente dos riscos que o espera, sobretudo após ser obrigado, por ordens palacianas, a proteger Sarney e sua trupe. Os afagos a Collor deixaram admiradores de Lula decepcionados. Há ainda todo o desgaste de uma segunda administração, onde os discursos e as práticas são repetições irritantes.
Hoje, sabe-se que emplacar Dilma não será uma tarefa fácil, principalmente se entrarem na mesma arena o deputado Ciro Gomes (PSB) e a ex-ministra Marina Silva recém-saída do PT. Jaques Wagner não entraria numa gelada de deixar o governo da Bahia a seis (ou nove?) meses da eleição (período de desencompatibilização) para tentar a vaga de Lula. Simples: haveria pouco tempo para seu nome ser trabalhado nacionalmente. Dilma está aí há dois séculos (quis dizer há mais de sete anos) e não consegue andar com as próprias pernas. Pior: o povão nem sabe da sua existência. Suponhamos, porém, que na condição de soldado do PT, Wagner partisse para enfrentar o desafio. Não iria para lugar nenhum. Teria chances, sim, se seu nome fosse trabalhado lá atrás. Mas Lula do Nordeste só quer os votos. E olhe lá. De qualquer modo Wagner não deveria aceitar o convite extemporâneo até porque teria de passar a cadeira para o vice-governador, o geddelista Edmundo Pereira. E aí? E aí todos sabem o que iria acontecer. Muitos petistas se enforcariam num pé de coentro de tanta revolta. E lembrariam, com razão, o episódio Waldir Pires, quando este deixou o governo para, no final, concorrer a vice na chapa encabeçada por Ulisses Guimarães.
De todo mundo, o PMDB marcou um tento considerável ao fechar acordo com o PTB para 2010. É esperado que outros partidos corram para Geddel, principalmente aqueles que vêm penando há quase três anos por uma oportunidade de fazer parte da equipe de Wagner. Claro que governador é governador, mas muitas legendas entendem que, chamadas agora, estão sendo apenas instrumentos de cooptação. Podem até querer provar do bolo, mas deixará o recheio para ser sorvido em outubro do ano que vem.
Vários fatos marcaram esta semana a política baiana: a declaração do PTB de apoio à candidatura do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) ao governo baiano, a citação do nome do governador Jaques Wagner como uma das alternativas petistas para disputar a Presidência da República caso seja necessário cortar o pescoço da ministra Dilma Rousseff e a agenda de uma provável conversa do presidente Lula com Geddel e o deputado Jader Barbalho para debater questões locais. Assim como na Bahia, no Pará PMDB e PT andam emendando os bigodes. Várias outras informações bombaram o noticiário como o ingresso do PDT na base aliada do Palácio de Ondina e a definição dos nomes (ainda em discussão) que vão ocupar cargos na esfera estadual, que também conversa com o PSC e com mais vier disposto a engrossar as fileiras do PT e seu projeto de reeleição de Wagner. Há, como se ver, um samba de criolo doido (doidão, aliás) na quadra da política estadual.
Toda essa louca movimentação poderia ser considerada precoce não fosse a atitude do presidente Lula em lançar prematuramente Dilma como sua sucessora. É isso mesmo. Quem melou o jogo, a ponto de subverter a ordem natural dos acontecimentos políticos foi o ex-metalúrgico. Criou-se um cenário em 2009 previsível apenas para 2010. A antecipação da eleição, pois, foi imposta de cima para baixo. Como não poderia deixar de ser, ninguém ganhou com essa pressa toda. Nem o próprio Lula. A propósito, o presidente acabou perdendo mais um dedo na arapuca por ele montada. E se insistir no erro é capaz de ter de decepar uma mão inteira. O PT sabe perfeitamente dos riscos que o espera, sobretudo após ser obrigado, por ordens palacianas, a proteger Sarney e sua trupe. Os afagos a Collor deixaram admiradores de Lula decepcionados. Há ainda todo o desgaste de uma segunda administração, onde os discursos e as práticas são repetições irritantes.
Hoje, sabe-se que emplacar Dilma não será uma tarefa fácil, principalmente se entrarem na mesma arena o deputado Ciro Gomes (PSB) e a ex-ministra Marina Silva recém-saída do PT. Jaques Wagner não entraria numa gelada de deixar o governo da Bahia a seis (ou nove?) meses da eleição (período de desencompatibilização) para tentar a vaga de Lula. Simples: haveria pouco tempo para seu nome ser trabalhado nacionalmente. Dilma está aí há dois séculos (quis dizer há mais de sete anos) e não consegue andar com as próprias pernas. Pior: o povão nem sabe da sua existência. Suponhamos, porém, que na condição de soldado do PT, Wagner partisse para enfrentar o desafio. Não iria para lugar nenhum. Teria chances, sim, se seu nome fosse trabalhado lá atrás. Mas Lula do Nordeste só quer os votos. E olhe lá. De qualquer modo Wagner não deveria aceitar o convite extemporâneo até porque teria de passar a cadeira para o vice-governador, o geddelista Edmundo Pereira. E aí? E aí todos sabem o que iria acontecer. Muitos petistas se enforcariam num pé de coentro de tanta revolta. E lembrariam, com razão, o episódio Waldir Pires, quando este deixou o governo para, no final, concorrer a vice na chapa encabeçada por Ulisses Guimarães.
De todo mundo, o PMDB marcou um tento considerável ao fechar acordo com o PTB para 2010. É esperado que outros partidos corram para Geddel, principalmente aqueles que vêm penando há quase três anos por uma oportunidade de fazer parte da equipe de Wagner. Claro que governador é governador, mas muitas legendas entendem que, chamadas agora, estão sendo apenas instrumentos de cooptação. Podem até querer provar do bolo, mas deixará o recheio para ser sorvido em outubro do ano que vem.
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