FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).
Está enfrentando dificuldades – que podem muito bem ser transitórias, como podem também tornar-se permanentes – a candidatura a presidente da República da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, escolhida por Lula para representar o PT nas eleições do ano que vem.
O declínio popular da candidatura de Dilma Rousseff, que chegara a bater nos 20 por cento de intenções de voto no seu melhor momento, parece já bem diagnosticado. E não se trata do fato de haver sido descoberto que tinha um linfoma do tipo agressivo, mas diagnosticado e tratado em fase inicial.
O problema de saúde da candidata a presidente não comoveu o eleitorado no sentido de gerar simpatia que se transformasse em intenções de voto. Também não há indício de que o câncer tenha lhe acarretado desgaste popular-eleitoral decorrente da visão do risco de eleger presidente da República uma pessoa que apresentou esse problema.
O desgaste que a doença acarretou à candidatura terá ocorrido, em parte menor, da interrupção da pré-campanha que a ministra vinha realizando. Em parte maior, terá decorrido da virtual paralisação das articulações políticas em torno de sua candidatura por um considerável período, com os partidos e políticos à espera de que se esclarecesse, com os resultados do tratamento, a real situação de saúde da ministra-candidata. Esta fase parece já ter sido esgotada e as articulações retomaram seu curso.
Mas, então, por que Dilma está em dificuldade grave nas pesquisas eleitorais? A revista Veja que chega hoje às bancas, mas desde ontem circula entre assinantes, na coluna Radar, avisa que “a pesquisa CNI/Ibope a ser divulgada na segunda-feira (hoje) trará uma novidade inconveniente para o governo – e não são os cerca de 40% das preferências para José Serra. O incômodo maior será ver Ciro Gomes em segundo lugar. A diferença real entre Ciro e Dilma Rousseff pode até nem existir, pois está dentro da margem de erro da pesquisa, mas sua divulgação fará grande barulho”.
Serra em primeiro, Ciro em segundo, Dilma em terceiro, dirá hoje o Ibope, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria, segundo a Veja. Aqui seria bom lembrar a recentíssima pesquisa CNT/Sensus, que evitou algo bastante provável nas eleições – um cenário que incluísse Dilma Rousseff e Ciro Gomes. Se a CNT Sensus os separou cuidadosamente, a CNI/Ibope os reuniu.
Um conhecido analista de pesquisas, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, estranhou. Disse que não se podia criticar o Sensus, pois a pesquisa foi encomendada pela CNT (que definiria, assim, seu conteúdo) – isto para observar que a pesquisa, evitando colocar Dilma e Ciro no mesmo cenário, mostrou preocupação em não exibir a ministra atrás de Ciro. Já a pesquisa CNI/Ibope não se preocupou com esse tipo de proteção, se confirmada hoje a notícia da Veja.
Mas de onde viria o recente desgaste popular de Dilma Rousseff? Isso parece bem diagnosticado. Houve aquela história do currículo super-valorizado com mestrado e doutorado inexistentes, a defesa pública que a ministra-candidata fez do presidente do Senado, José Sarney, atingido por graves e múltiplas denúncias e, principalmente, o entrevero entre uma ex-secretária da Receita Federal e a ministra a respeito de um pedido desta para a outra “agilizar” um processo envolvendo um filho de José Sarney, Fernando Sarney.
A mistura com Sarney e a impressão deixada pela ministra, de que não prioriza a verdade – corresponda ou não esta impressão à realidade – parecem ter sido as causas fundamentais do desgaste de Dilma, ao que se soma a concorrência, na área governista e mais fortemente no Nordeste, representada pela proclamação da pré-candidatura de Ciro Gomes. Este é, no momento, um grande estorvo para Dilma.
Está enfrentando dificuldades – que podem muito bem ser transitórias, como podem também tornar-se permanentes – a candidatura a presidente da República da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, escolhida por Lula para representar o PT nas eleições do ano que vem.
O declínio popular da candidatura de Dilma Rousseff, que chegara a bater nos 20 por cento de intenções de voto no seu melhor momento, parece já bem diagnosticado. E não se trata do fato de haver sido descoberto que tinha um linfoma do tipo agressivo, mas diagnosticado e tratado em fase inicial.
O problema de saúde da candidata a presidente não comoveu o eleitorado no sentido de gerar simpatia que se transformasse em intenções de voto. Também não há indício de que o câncer tenha lhe acarretado desgaste popular-eleitoral decorrente da visão do risco de eleger presidente da República uma pessoa que apresentou esse problema.
O desgaste que a doença acarretou à candidatura terá ocorrido, em parte menor, da interrupção da pré-campanha que a ministra vinha realizando. Em parte maior, terá decorrido da virtual paralisação das articulações políticas em torno de sua candidatura por um considerável período, com os partidos e políticos à espera de que se esclarecesse, com os resultados do tratamento, a real situação de saúde da ministra-candidata. Esta fase parece já ter sido esgotada e as articulações retomaram seu curso.
Mas, então, por que Dilma está em dificuldade grave nas pesquisas eleitorais? A revista Veja que chega hoje às bancas, mas desde ontem circula entre assinantes, na coluna Radar, avisa que “a pesquisa CNI/Ibope a ser divulgada na segunda-feira (hoje) trará uma novidade inconveniente para o governo – e não são os cerca de 40% das preferências para José Serra. O incômodo maior será ver Ciro Gomes em segundo lugar. A diferença real entre Ciro e Dilma Rousseff pode até nem existir, pois está dentro da margem de erro da pesquisa, mas sua divulgação fará grande barulho”.
Serra em primeiro, Ciro em segundo, Dilma em terceiro, dirá hoje o Ibope, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria, segundo a Veja. Aqui seria bom lembrar a recentíssima pesquisa CNT/Sensus, que evitou algo bastante provável nas eleições – um cenário que incluísse Dilma Rousseff e Ciro Gomes. Se a CNT Sensus os separou cuidadosamente, a CNI/Ibope os reuniu.
Um conhecido analista de pesquisas, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, estranhou. Disse que não se podia criticar o Sensus, pois a pesquisa foi encomendada pela CNT (que definiria, assim, seu conteúdo) – isto para observar que a pesquisa, evitando colocar Dilma e Ciro no mesmo cenário, mostrou preocupação em não exibir a ministra atrás de Ciro. Já a pesquisa CNI/Ibope não se preocupou com esse tipo de proteção, se confirmada hoje a notícia da Veja.
Mas de onde viria o recente desgaste popular de Dilma Rousseff? Isso parece bem diagnosticado. Houve aquela história do currículo super-valorizado com mestrado e doutorado inexistentes, a defesa pública que a ministra-candidata fez do presidente do Senado, José Sarney, atingido por graves e múltiplas denúncias e, principalmente, o entrevero entre uma ex-secretária da Receita Federal e a ministra a respeito de um pedido desta para a outra “agilizar” um processo envolvendo um filho de José Sarney, Fernando Sarney.
A mistura com Sarney e a impressão deixada pela ministra, de que não prioriza a verdade – corresponda ou não esta impressão à realidade – parecem ter sido as causas fundamentais do desgaste de Dilma, ao que se soma a concorrência, na área governista e mais fortemente no Nordeste, representada pela proclamação da pré-candidatura de Ciro Gomes. Este é, no momento, um grande estorvo para Dilma.
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