quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A VERSÃO DO PMDB...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
O PMDB baiano e o ministro Geddel Vieira Lima vão bem, obrigado. Ambos estão convencidos que o governo Jaques Wagner “por desespero ou inexperiência” está sendo enterrado vivo. Tem, inclusive, involuído na medida em que mudou completamente de cara. O cirurgião responsável pela plástica petista deformou o partido com suas mãos trêmulas e o que se propunha belo transformou-se tétrico. As palavras iniciais desse comentário são minhas, mas refletem o pensamento de fontes peemedebistas que discordaram (viva a democracia!) do artigo deste repórter, publicado ontem nesse espaço, no qual relato opiniões de governistas segundo as quais Geddel estaria fragilizado politicamente. A situação é inversa conforme interlocutores do PMDB.
O partido, dizem eles, tem pautado suas ações pela coerência, enquanto o ex-aliado rasga a própria história e promove um festival de práticas antes condenadas por eles. O PT, insistem, não apenas alterou o discurso como mudou radicalmente sua prática. A luta pela permanência no poder – estou apenas tentando sintetizar o espírito peemedebista – fez com que o governador Jaques Wagner desconsiderasse os companheiros que com ele marchavam há mais de 20 anos e atraído para o seu lado os declarados inimigos de outrora, incluindo os chamados carlistas de carteirinha, numa alusão ao conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Otto Alencar, que deve fazer parte da chapa majoritária pela reeleição de Wagner e deputados federais e estaduais, a exemplo de Pedro Alcântara hoje no PR, mas ex-líder do então governador Paulo Souto na Assembleia Legislativa, sem contar com verdadeiras “feras” que dominaram há anos Lauro de Freitas e hoje têm tratamento privilegiado em Ondina, coisa que não acontece com a atual prefeita Moema Gramacho, relegada a segundo plano, uma espécie de coadjuvante de última categoria.
Para complicar ainda mais a situação, o governo do Estado coopta o PDT e entrega uma secretaria (Ciência e Tecnologia) ao professor universitário e presidente do diretório pedetista de Cruz das Almas, Eduardo Ramos, que teve (e, dizem, tem) sérios atritos com o prefeito Orlando Peixoto, também do PT. “Eles têm apelado para o fisiologismo desenfreado para reeleger Wagner a qualquer custo e esqueceram que toda a sociedade e até petistas históricos não comungam com esse tipo de comportamento”, acrescentam minhas fontes peemedebistas, ao lembrarem que nos últimos dias a sigla obteve espontaneamente o apoio do PTB e, ontem, do PSC, à candidatura de Geddel em 2010.”Isso ocorre mesmo a gente estando fora do governo baiano e não prometendo absolutamente nada, exceto em trabalhar pelo desenvolvimento e pela elevação da qualidade de vida do povo da Bahia”. Outra observação do PMDB: não há uma obra significativa de Wagner em Salvador e nos demais 416 municípios do Estado.
“Fala-se hoje da Via Expressa como se estivesse em pleno funcionamento. Aliás, consolidada está, mas só na propaganda, ironiza. Foi por discordar das diretrizes da administração Wagner que o PMDB diz ter pedido para deixar o governo. “ E o fizemos há mais 30 dias e a mais de um ano e três meses para as eleições majoritárias. Não poderão eles (os petistas) nos acusar de ambição por cargos e nem tampouco de oportunistas. Ajudamos a eleger o governador e não pedimos recompensas”. As mesmas fontes estranharam o pedido da Procuradoria Regional Eleitoral feito ao TRE para tirar de circulação o jornal do PMDB “É o 15”, alegando que o veículo estaria sendo usado para propaganda eleitoral antecipada do ministro da Integração Nacional. “Os candidatos majoritários já estão em campanha (veja o exemplo de Otto Alencar e do próprio governador que declaradamente concorrerá a reeleição), mas os mais visados somos nós.” Por fim, os peemedebistas rebatem a informação de que Geddel estaria por um fio no ministério de Lula, a pedido de Wagner. “ O ministro continua lá firme. Ou é mentira?” Verdade. Como é verdade ainda que Wagner foi eleito no primeiro turno em 2006 com 53% dos votos. Hoje, os institutos apontam 53% das intenções de voto para ele.

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