segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

DIA DO PMDB...

FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).

Ontem foi dia do PMDB da Bahia, que realizou uma convenção para eleger seu Diretório Estadual e, imediatamente por este, a Comissão Executiva Estadual. Mas tais objetivos foram simplesmente o cumprimento de formalidades necessárias e de resultados antes planejados, previstos por todo mundo e efetivamente consumados.
O importante da convenção foi a própria convenção, a demonstração de força do maior partido do Brasil na Bahia e os sinais políticos que esse tipo de reunião ampla pode emitir. E que de fato emitiu, mostrando, em primeiro lugar, que o PMDB e seu candidato a governador, Geddel Vieira Lima, não estão isolados nas articulações sucessórias e têm capacidade de diálogo além dos três partidos com que já conta para sua coligação, o PTB, o PSC e o PRTB.
Estiveram na convenção os presidentes estaduais do PSDB, do Democratas e do PR, ex-governadores Antonio Imbassahy, Paulo Souto e César Borges, este atualmente senador e disputado para integrar suas chapas pelos três aspirantes principais ao mandato de governador nas eleições de 2010 – o governador Jaques Wagner, o ministro Geddel Vieira Lima e o ex-governador e ex-senador Paulo Souto.
Talvez numa demonstração do apreço que todos dão a uma aliança com o senador, que busca renovar seu mandato de senador, César Borges foi escolhido para fazer, na convenção, discurso em nome dos presidentes dos três partidos citados acima. Borges não avança (até mesmo, talvez, porque ela não exista ainda) qual a chapa que aceitará integrar – a de Wagner, a de Souto ou a de Geddel.
Mas a presença desses políticos na convenção – à exceção de Wagner, de quem Geddel recentemente disse esperar que ele não lhe dirija a palavra – desmancha em grande parte a teoria de que o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, estaria “isolado” e indica que ele mantém condições plenas de diálogo com os principais protagonistas da sucessão estadual (excetuado, como já assinalado, o governador Wagner e o PT). Seja para o traçado de estratégias nas campanhas eleitorais para o primeiro turno das eleições, seja para os acordos políticos do segundo turno, se houver, como a conjuntura está atualmente a indicar.
Importante para Geddel foi também a presença do presidente nacional licenciado do PMDB e presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, indicado por seu partido para ser candidato a vice-presidente da República na chapa da petista e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Temer declarou na convenção que Geddel tem total apoio da legenda no plano nacional para ser candidato ao governo da Bahia.
Pode ser uma declaração formal e quase obrigatória, estando Temer presente no evento, mas pode funcionar também como uma sutil advertência do PMDB nacional ao governo federal no sentido de que não seria aceitável o governo federal dar um tratamento de segunda classe à candidatura de Geddel, em comparação com o tratamento que der à candidatura de Jaques Wagner à reeleição.

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