FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
Os leitores merecem um refresco. Nos próximos dias volto a falar sobre o escândalo da Ebal, que deve ferver no mundo político baiano bem mais que os sete dias de carnaval de Salvador. Falar em Carnaval, não me sinto à vontade de explorar o tema. Não gosto da festa, tenho pavor aos estridentes trios, me indigna as músicas sem pé e sem cabeça e não vejo a mínima graça no que alguns consideram inovações do ano. Sobre isso me recuso a falar. Não por temor, mas porque me considero essencialmente um democrata e me cuido o suficiente para não parecer ostentar uma postura de censor ou algo semelhante.Apesar da minha aversão à festa, ouvi comentários mil sobre a arrogância do desfile dos pequenos batalhões da Polícia Militar nos vários circuitos. Sei que é uma atividade ingrata atravessar paredões de foliões, principalmente quando as recompensas matériais são mínimas. Além do mais, admito que não há nada pior no mundo do que aturar homens e mulheres que extrapolam na bebida. Não se imagina que as fileiras de policiais aconcheguem ou mime os gaiatos e exaltados.
Há, claro, de manter-se um comportamento de respeito e de severidade. Entretanto, há uma enorme, uma imensurável distância entre ser paciente com a algazarra – Carnaval é Carnaval aqui ou no inferno, particularmente no inferno – e ser mau educado, grosseiro, estúpido, cavalar. Todos os relatos chegados a mim eram idênticos.Homens, mulheres, velhos e crianças que estavam, nas ruas recebiam cotoveladas com cacetetes para abrir alas para os irracionais. Ninguém está querendo exigir boa educação de quem não tem, mas, pelo amor de Deus, custa pedir licença e seguir em frente? Parece que nossos PMs sentem uma ponta e tanto de sadismo somente pelo fato de poder meter o cacetete nas costas de quem, aliás, está de costas, o que caracteriza uma atitude mesquinha e covarde. São cenas que se repetem todo ano. E não se tomam providências. Acredito até que as câmeras de seguranças são instaladas para vigiar apenas quem está na brincadeira, mas logo desviadas quando os coturnos começam a chutar fulano ou sicrano.
Talvez eu esteja sendo injusto de tratar a questão de forma tão incisiva. Talvez. Mas tenho certeza que tal prática não é de uma minoria, mas de uma maioria. Se é da maioria, há margem de supor-se que há determinação para isso. O pior: se você se queixar vai levar tanta porrada, mas tanta que corre o risco de curtir os próximos carnavais imobilizado ou, “acidentalmente”, morto.
Os leitores merecem um refresco. Nos próximos dias volto a falar sobre o escândalo da Ebal, que deve ferver no mundo político baiano bem mais que os sete dias de carnaval de Salvador. Falar em Carnaval, não me sinto à vontade de explorar o tema. Não gosto da festa, tenho pavor aos estridentes trios, me indigna as músicas sem pé e sem cabeça e não vejo a mínima graça no que alguns consideram inovações do ano. Sobre isso me recuso a falar. Não por temor, mas porque me considero essencialmente um democrata e me cuido o suficiente para não parecer ostentar uma postura de censor ou algo semelhante.Apesar da minha aversão à festa, ouvi comentários mil sobre a arrogância do desfile dos pequenos batalhões da Polícia Militar nos vários circuitos. Sei que é uma atividade ingrata atravessar paredões de foliões, principalmente quando as recompensas matériais são mínimas. Além do mais, admito que não há nada pior no mundo do que aturar homens e mulheres que extrapolam na bebida. Não se imagina que as fileiras de policiais aconcheguem ou mime os gaiatos e exaltados.
Há, claro, de manter-se um comportamento de respeito e de severidade. Entretanto, há uma enorme, uma imensurável distância entre ser paciente com a algazarra – Carnaval é Carnaval aqui ou no inferno, particularmente no inferno – e ser mau educado, grosseiro, estúpido, cavalar. Todos os relatos chegados a mim eram idênticos.Homens, mulheres, velhos e crianças que estavam, nas ruas recebiam cotoveladas com cacetetes para abrir alas para os irracionais. Ninguém está querendo exigir boa educação de quem não tem, mas, pelo amor de Deus, custa pedir licença e seguir em frente? Parece que nossos PMs sentem uma ponta e tanto de sadismo somente pelo fato de poder meter o cacetete nas costas de quem, aliás, está de costas, o que caracteriza uma atitude mesquinha e covarde. São cenas que se repetem todo ano. E não se tomam providências. Acredito até que as câmeras de seguranças são instaladas para vigiar apenas quem está na brincadeira, mas logo desviadas quando os coturnos começam a chutar fulano ou sicrano.
Talvez eu esteja sendo injusto de tratar a questão de forma tão incisiva. Talvez. Mas tenho certeza que tal prática não é de uma minoria, mas de uma maioria. Se é da maioria, há margem de supor-se que há determinação para isso. O pior: se você se queixar vai levar tanta porrada, mas tanta que corre o risco de curtir os próximos carnavais imobilizado ou, “acidentalmente”, morto.
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