FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).
A Assembleia Legislativa reabriu na manhã de ontem, em sessão solene em que o governador Jaques Wagner leu a mensagem anual do Executivo, seus trabalhos deste ano. Há que assinalar, de início, duas coisas: a oposição esteve presente, sem exceções partidárias ou protestos, à sessão e, no final do pronunciamento do governador, o aplaudiu, juntamente com os governistas.
Pelo que observaram os jornalistas, somente um deputado preferiu, ainda que mantendo uma atitude civilizada, abster-se de aplaudir – o líder da oposição, democrata Heraldo Rocha, provavelmente mais por causa da função que exerce do que pela concordância ou não com o conteúdo do discurso.
Aliás, certamente que os aplausos dados pelos integrantes da oposição não significaram concordância integral com o conteúdo da mensagem. As oposições discordam e têm críticas severas à gestão Wagner, principalmente no âmbito administrativo, como nas áreas de segurança pública e de saúde, que ele defendeu na mensagem. Entre muitos outros aspectos. Os aplausos tiveram dois outros sentidos.
O primeiro, de civilidade, até como uma retribuição à civilidade demonstrada pelo chefe do Executivo que, sem ignorar que é filiado ao PT e apoia a candidatura deste partido a presidente da República – quando fez uma menção a Dilma Rousseff, observando que vai “rodar os quatro cantos” da Bahia em busca de votos para ela – elogiou o candidato José Serra, da coligação oposicionista liderada pelo PSDB, afirmando que os dois “políticos da mais alta qualidade” para governar o Brasil.
O segundo sentido, o que foi posto na mensagem anual em que o governador presta contas à Assembleia do trabalho de sua administração no ano anterior (2009) e que permeou realmente o comportamento do governo e mais especificamente do governador nesse período. Mais do que isso, desde que assumiu seu mandato – o de uma política pautada em princípios democráticos e no livre debate das ideias e projetos, ainda que, no âmbito do Legislativo e no momento das decisões, haja feito valer a maioria de que dispõe o governo ali. E apesar, também, de alguns malabarismos matemáticos e regimentais para manter o controle de comissões técnicas da Assembleia.
Há que assinalar que a linha mestra do exercício da democracia ocorreu mesmo à custa de alguns descontentamentos, nem sempre explícitos, na própria base de apoio político do governador e até mesmo em seu partido, pois nesse aglomerado ainda existem alas ideologicamente petrificadas, fossilizadas e outras que não conseguiram livrar-se da superada dicotomia carlismo e anti-carlismo da política baiana.
Aliás, o governador deu também uma entrevista coletiva à imprensa e saiu-se com a afirmação de que, em política, “ganha quem abraça”, coisa que no momento está tentando fazer principalmente em relação ao senador César Borges, candidato à reeleição, com o que conquistaria também o apoio formal do PR, o que daria um expressivo reforço eleitoral à chapa majoritária governista e mais três minutos de televisão e rádio na propaganda eleitoral gratuita.
A Assembleia Legislativa reabriu na manhã de ontem, em sessão solene em que o governador Jaques Wagner leu a mensagem anual do Executivo, seus trabalhos deste ano. Há que assinalar, de início, duas coisas: a oposição esteve presente, sem exceções partidárias ou protestos, à sessão e, no final do pronunciamento do governador, o aplaudiu, juntamente com os governistas.
Pelo que observaram os jornalistas, somente um deputado preferiu, ainda que mantendo uma atitude civilizada, abster-se de aplaudir – o líder da oposição, democrata Heraldo Rocha, provavelmente mais por causa da função que exerce do que pela concordância ou não com o conteúdo do discurso.
Aliás, certamente que os aplausos dados pelos integrantes da oposição não significaram concordância integral com o conteúdo da mensagem. As oposições discordam e têm críticas severas à gestão Wagner, principalmente no âmbito administrativo, como nas áreas de segurança pública e de saúde, que ele defendeu na mensagem. Entre muitos outros aspectos. Os aplausos tiveram dois outros sentidos.
O primeiro, de civilidade, até como uma retribuição à civilidade demonstrada pelo chefe do Executivo que, sem ignorar que é filiado ao PT e apoia a candidatura deste partido a presidente da República – quando fez uma menção a Dilma Rousseff, observando que vai “rodar os quatro cantos” da Bahia em busca de votos para ela – elogiou o candidato José Serra, da coligação oposicionista liderada pelo PSDB, afirmando que os dois “políticos da mais alta qualidade” para governar o Brasil.
O segundo sentido, o que foi posto na mensagem anual em que o governador presta contas à Assembleia do trabalho de sua administração no ano anterior (2009) e que permeou realmente o comportamento do governo e mais especificamente do governador nesse período. Mais do que isso, desde que assumiu seu mandato – o de uma política pautada em princípios democráticos e no livre debate das ideias e projetos, ainda que, no âmbito do Legislativo e no momento das decisões, haja feito valer a maioria de que dispõe o governo ali. E apesar, também, de alguns malabarismos matemáticos e regimentais para manter o controle de comissões técnicas da Assembleia.
Há que assinalar que a linha mestra do exercício da democracia ocorreu mesmo à custa de alguns descontentamentos, nem sempre explícitos, na própria base de apoio político do governador e até mesmo em seu partido, pois nesse aglomerado ainda existem alas ideologicamente petrificadas, fossilizadas e outras que não conseguiram livrar-se da superada dicotomia carlismo e anti-carlismo da política baiana.
Aliás, o governador deu também uma entrevista coletiva à imprensa e saiu-se com a afirmação de que, em política, “ganha quem abraça”, coisa que no momento está tentando fazer principalmente em relação ao senador César Borges, candidato à reeleição, com o que conquistaria também o apoio formal do PR, o que daria um expressivo reforço eleitoral à chapa majoritária governista e mais três minutos de televisão e rádio na propaganda eleitoral gratuita.
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