FONTE: Alana Gandra, da Agência Brasil, no Rio de Janeiro (noticias.uol.com.br).
Ele informou que as
populações menos favorecidas são as que mais têm câncer de pênis. "São as
mais excluídas da informação e aquelas que são mais difíceis de chegar ao
médico também". Em geral, os homens moram longe dos centros médicos
adequados. "É preciso melhorar o acesso da população ao urologista".
O tumor de pênis é
raro, ao contrário do câncer de próstata, que apresenta 60 mil novos casos por
ano. Entretanto, a média de 1,6 mil amputações anuais, por câncer de pênis, é
considerada elevada pela SBU. "Porque é uma doença que incapacita muito. É
uma doença que aniquila o homem na sua concepção exata, não só na sua anatomia,
mas na sua vida".
Nardi esclareceu que
o câncer de pênis é evitável. Para isso, basta que o homem tenha uma higiene
adequada da área genital. "Ou seja, água e sabão. Lavando o pênis todo
dia, não há problema de ter câncer de pênis".
Outra providência é
evitar doenças sexualmente transmissíveis com o uso de preservativo, a
conhecida camisinha. "É sabido que o HPV, que é o vírus do papiloma
humano, está ligado ao câncer de pênis". Lembrou, ainda, que a presença de
fimose, quando a pessoa não consegue expor a glande, isto é, a cabeça do pênis,
é um fator de risco para câncer de pênis.
A prevenção deve
começar na infância, recomendou o presidente da SBU. Cabe à família e aos pais,
inicialmente e, depois, à escola, orientar os meninos quanto aos procedimentos
que devem ser adotados para uma adequada higiene. Nardi destacou que a doença é
um problema social e de educação. "A gente precisa concentrar esforços de
toda a sociedade organizada ou não, Estado e entidades, para que se possa levar
a informação às pessoas mais carentes. Aos excluídos da informação".
Índia, Egito e alguns
lugares da África apresentam maior incidência da doença. Na Índia, por exemplo,
a taxa é 3,32 casos a cada 100 mil habitantes. A menor incidência, próxima a
zero, é encontrada nos judeus nascidos em Israel. Aguinaldo Nardi destacou que
no Brasil, algumas cidades do Norte e Nordeste têm incidência semelhante à da
Índia, Egito e África.
"Não são poucos
os casos da doença. A gente tem muito o que fazer. É que [o problema] é mais
concentrado no Norte e no Nordeste do que na Região Sudeste ou no Sul. É
importante que a gente atue nestes locais, onde a incidência é tão grande como
nos países de maior incidência do mundo".
Participam da
campanha 100 urologistas voluntários, que moram nas capitais ou cidades do
interior, além de outros especialistas que estão aderindo graças a convênio que
a SBU e as Forças Armadas. "Estão indo para colaborar no atendimento aos
pacientes, na informação à população e na realização de cirurgias de
fimose".
A campanha deve se
estender até o final do ano nos locais de incidência elevada de câncer de
pênis. A SBU se prepara para promover nova campanha com o mesmo objetivo, em
2014. "A gente vai insistir nisso, porque sabemos da importância de uma
amputação para o brasileiro".
No portal da SBU, os
interessados poderão tirar dúvidas sobre a doença. O principal sintoma de
alerta é o aparecimento de uma ferida que não cicatriza, disse Nardi.
"Toda ferida no pênis que não cicatriza, revela importância de procurar um
médico para saber o que é. Pode ser um câncer de pênis".
O presidente da SBU
informou que na fase inicial, a doença exige uma cirurgia pequena. Significa
que existe uma possibilidade elevada de cura. "Quanto mais cedo fizer o
diagnóstico de câncer de pênis, menor é o tratamento, menor é a invasão do
tratamento cirúrgico".
Quem estiver
interessado em realizar o exame urológico, tirar dúvidas e obter encaminhamento
para seu caso, sendo cirúrgico ou não, deverá procurar os hospitais
participantes da campanha. No dia 27, estão programados para atendimento o
Instituto Médico Integrado Professor Antônio Figueira, no Recife, e o Hospital
São Marcos, em Teresina. No dia 28, os urologistas que fazem parte da campanha
atenderão no Hospital Municipal Santa Isabel e no Centro Médico em Praça Caldas
Brandão, em João Pessoa; no Hospital Dom Moura, em Garanhuns (PE); na Santa
Casa de Misericórdia, em Fortaleza; e no Hospital Rita do Vale Rego, em
Reriutaba (CE).
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