FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
No Brasil, apenas 30% das pessoas permitem o
reaproveitamento de coração, pulmão, córneas, ossos, rins, fígado, partes do
corpo humano que, a depender da causa da morte, podem ser transplantado as em
outras pessoas. Sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação de
órgãos e incentivar o ato voluntário. Este é o objetivo da
Semana Nacional de Doação de Órgãos, que tem início hoje e vai até
domingo. Atualmente, cerca de 30 mil pessoas aguardam na fila de espera e, de
cada 10 pessoas abordadas, 04 se negam a doar os órgãos de seus familiares, segundo
dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
Em todo o Brasil, a maior lista de espera é
por um rim – 20 mil pessoas. Em segundo lugar, estão os que precisam de
transplante de córnea (6 mil). Em seguida, vem fígado, com 1.300 pessoas na
lista de espera, e, por último, coração e pulmão, com 200 e 170
respectivamente. Na Bahia, o resultado não é diferente e a maior fila de
espera é pelo transplante de rim. Até meados do mês de agosto, 1.110 pessoas em
todo o estado, aguardavam que familiares
autorizassem o reaproveitamento dos rins de seus entes queridos
falecidos, já que, pela lei, apenas parentes de 1º e 2º grau podem autorizar a
doação de órgãos e tecidos de pessoas vítimas de parada cardíaca ou morte
encefálica.
Recusa.
De acordo com o médico José Osmar
Medina Pestana, presidente da ABTO, a recusa dos familiares ainda é
um dos motivos para a falta de doadores e está relacionado à falta de
manifestação da vontade de doação em vida. “Sempre que o indivíduo se manifesta
a favor da doação os familiares autorizam”. Segundo a Associação, a
principal dificuldade para o aumento do número de doadores é, exatamente, o
baixo nível de informação sobre o assunto.
“Apostamos na adesão da sociedade, com apoio
de profissionais de saúde e da mídia, para um dia tornar essa espera por um
órgão menos longa e dolorosa”, afirma Medina.
Em 2012 o São Rafael, um dos
hospitais do estado da rede privada com estrutura para
realizar tanto o transplante de fígado, quanto o de rim e o de córnea
realizou 84 transplantes no estado.
No entanto, para o nefrologista e
coordenador do núcleo de transplantes do HSR, Jorge Bastos, o número poderia
ser ainda maior se as pessoas tivessem mais conhecimento sobre o que é a morte
cerebral, momento em que os órgãos podem ser retirados para doação.
“O paciente que tem morte
encefálica sobrevive por até quatro dias. É nesse período que pode ocorrer a
doação, porque o cérebro para, mas outros órgãos continuam em funcionamento por um tempo”, destacou Bastos.
Para lançar a Semana Nacional de Doação de
Órgãos, os organizadores prepararam uma ação de grande impacto com o
Conde Chiquinho Scarpa. Ele comunicou em sua página no Facebook que iria
enterrar o seu maior bem: um Bentley no valor de 1,5 milhão.
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