FONTE: Agência Brasil, CORREIO DA BAHIA.
De acordo com dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), cerca de 24% dos brasileiros possuem algum tipo de deficiência.
Na data em que
se promove o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, 21 de setembro, a
avaliação é que há desafios a serem enfrentados para garantir o acesso das
pessoas com deficiência ao mercado de trabalho. De acordo com o presidente do
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade),
Antônio José Ferreira, nem 50% das vagas de trabalho que deveriam estar
ocupadas por deficientes, de acordo com a Lei 8.213 de julho de 1991, estão
preenchidas.
Desde 1991, a
lei determina que empresas com mais de 100 funcionários devem destinar de 2% a
5% das vagas para pessoas com deficiência. Em 2011, um total de 325,3 mil
pessoas com deficiência tinham vínculo empregatício, de acordo com a última
Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho. O
número seria 700 mil se a lei fosse integralmente cumprida, de acordo com o
presidente do Conade.
“Com a lei de
cotas, temos conseguido que as pessoas com deficiência tenham participação no
mercado de trabalho, mas a participação é tímida. Se tivéssemos todas as vagas
ocupadas seriam 700 mil pessoas com deficiência empregadas e ainda são 325 mil.
Temos mais vagas disponíveis do que pessoas com deficiência no mercado de
trabalho”.
A renda média
das pessoas com deficiência foi R$ 1.891,16 em 2011, de acordo com os dados da
Rais. A maioria dos empregados tem ensino médio completo – são 136 mil. Os
homens predominam.
A qualificação
adequada não é o principal entrave para a contratação de pessoas com deficiência,
na avaliação de Antônio José. “Isso se dá não apenas pela questão da
capacitação. Isso se dá pelo desconhecimento que o empresário tem do que pode
fazer uma pessoa com deficiência”, disse.
As ações para
capacitação dos deficientes vem ganhando força. Com o lançamento do Programa
Viver sem Limites pelo governo federal, em 2011, foram destinadas 150 mil vagas
do Programa Nacional do Ensino Técnico às pessoas com deficiência. Nos últimos
seis anos, o Senai formou 78,3 mil deficientes. Em 2007, foram 10 mil
matrículas e, em 2012, chegou a 17 mil matrículas.
O presidente do
Conade avalia que o cumprimento das leis que garantem direitos aos deficientes,
seja em áreas com educação, acessibilidade e trabalho tem avançado. Ele
observa, no entanto, que é preciso criar uma cultura de inclusão na sociedade
brasileira. “No caso das pessoas com deficiência não temos leis que sejam
punitivas, então, temos que fazer sensibilização, campanhas”, disse.
De acordo com
dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem
cerca de 45,6 milhões de pessoas com pelo menos um tipo de deficiência, o que
representa 23,92% da população.
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