FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
A Bahia ocupa o 12º lugar com maior
registro de contaminação pelo vírus da HIV/AIDS no Brasil. Só
este ano, foram registrados em todo estado 800 casos da doença, sendo
60% em Salvador e Região Metropolitana. Os homens declarados
heterossexuais com idade entre 20 e 49 anos lideram o ranking. Estas
informações foram dadas por Maria Aparecida Araújo, diretora da Secretaria de
Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), durante a
apresentação da campanha internacional de prevenção contra
o vírus “Proteja o Gol”, divulgada ontem no Hotel Pestana,
no Rio Vermelho.
A Campanha “Proteja o Gol” será lançada
em 32 países e nas 12
cidades- sede da Copa do Mundo com a finalidade de aumentar a consciência sobre o HIV e mobilizar os jovens a se
comprometerem a favor da prevenção. De acordo com Fábio Mesquita, diretor
do Departamento de DST, HIV e HV do Ministério da Saúde, globalmente,
cerca de 4,6 milhões de jovens (15-24 anos de idade) estão vivendo com o HIV e
cerca de 2.300 jovens são infectados a cada dia. Muitos deles, que vivem com o
HIV e que poderiam receber o tratamento, não têm acesso ao mesmo ou não conhecem
o próprio estado sorológico.
“A campanha utiliza a popularidade do
futebol para divulgar mensagens sobre prevenção do
vírus, para alcançar a população e proporcionar maior visibilidade ao trabalho
de combate e o seu empenho em assegurar maior qualidade de
vida e direitos a todos que vivem com AIDS”, afirmou.
Risco na Bahia.
De acordo com Araújo, em todo o estado,
existe atualmente 23 mil casos da doença acumulados nos últimos 20 anos desde
que começou a epidemia da doença, colocando a Bahia no 12º lugar entre os estados
com maior incidência de contaminação com o vírus no país. “Apenas esse ano
foram registrados 800 casos da doença. Destes, cerca de 60% são homens jovens
declarados heterossexual. Estes dados afetam diretamente nosso estado.
Todo homem precisa ter consciência do uso da camisinha que é a forma mais divulgada e acessível, mas as mulheres
precisam se apoderar disso e exigir também o uso da camisinha. As
mulheres não podem deixar de se preocupar. O risco é igual para todos.
A campanha chega para agregar o trabalho
da secretaria que na sua rotina já desenvolve medidas de
prevenção com distribuição de preservativos e testes rápidos nas unidades de saúde”, explicou.
Ainda segundo a
diretora, os dados deste ano são de pessoas que já foram infectadas e já
desenvolveram a doença. Por isso, é importante a prevenção combinada com
camisinha e medicamento. “Na prevenção combinada, assim que a pessoa
é diagnosticada com o vírus, ela entra com
tratamento para reduzir a carga viral e a transmissão. Antes, o uso da
medicação dependia da carga viral. Hoje o Ministério da Saúde já disponibiliza o medicamento assim
que o paciente é diagnosticado com o vírus”, afirmou.
A Campanha também destaca a
necessidade de garantir que todos os 15 milhões de pessoas que poderiam receber
antirretrovirais para salvar suas vidas tenham acesso aos mesmos até 2015, e já
foi implementada na Confederação de Futebol da América do Norte, Central e
Caribe (CONCACAF) e na Copa das Nações Africanas em 2013. Em Salvador,
será feita uma forte campanha de conscientização durante os jogos da Copa com
testes feitos nas unidades móveis distribuídas na cidade e postos de saúde. O objetivo é fomentar o diagnóstico
precoce da doença.
Presente na apresentação, a vice-prefeita
de Salvador, Célia Sacramento, disse que a prefeitura está investindo em
políticas públicas através de uma ação integrada com os governos federal,
estadual e municipal para mudar essa realidade no estado. Ela anunciou que,
além de campanhas realizadas nas escolas e unidades de saúde,
incentivando o teste de HIV, a prefeitura irá ampliar as unidades de saúde
de 50 para 80, além da construção, prevista para o próximo ano, de uma unidade
no Vale dos Barris especifica para a realização dos testes.
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