FONTE: Giovanna Balogh
(maternar.blogfolha.uol.com.br).
Todo mundo sabe que gravidez não é
doença, mas não é para todas as mulheres que essa fase é tranquila e saudável.
Enjoar e vomitar nos três primeiros meses é algo completamente normal. A
maioria das mulheres passa mal, principalmente, no início da manhã, mas
consegue se alimentar e ficar bem o restante do dia. O problema é quando o
vômito passa a ser ‘exacerbado’ o que pode provocar perda de peso da gestante e
até a sua desidratação.
O que é visto muitas vezes como
‘frescura’ pelos outros é na verdade a chamada hiperemese gravídica. A doença
ficou conhecida após afetar a saúde da cantora Ivete Sangalo e da duquesa de
Cambridge, Kate Middleton. Os médicos explicam que a mulher passa muito mal e
que são necessários cuidados extras com essa gestante. “Nesse caso gravidez é doença
sim, mas um alívio para as mães é saber que é temporária e que terá um presente
no final”, brinca a ginecologista e obstetra do Hospital Israelista Albert
Einstein Alessandra Bedin Rubino.
A médica explica que a hiperemese
gravídica é provocada por vários fatores, entre eles, o turbilhão de
hormônios provocados pela gravidez, a deficiência de vitamina B6 e também
questões genéticas. Ela explica que o problema é comum em mulheres em que a mãe
teve o problema. “Também acontece bastante nas gestações gemelares e em
pacientes que fizeram, por exemplo, uma cirurgia de redução de estômago.”
Segundo os obstetras, o problema é
mais comum na primeira gravidez, mas pode acontecer nas outras gestações. Foi o
caso da jornalista Roberta Bencini, 41, que perdeu 11 quilos em cada uma das
gestações. “Virei light de repente. Não conseguia comer de jeito nenhum
frituras. Só comia frutas, verduras, arroz, bolacha de água sal e suco de
limão. Pães, bolos, doces, nem pensar”, conta Roberta, mãe de Lorena, 8, e
Giorgio, 1. Para ela, o mais difícil era cozinhar. “Precisei da ajuda do marido
para fazer a nossa comida pois não conseguia”, conta Roberta, que enfrentou o
problema até o final das duas gestações.
O médico do Hospital Santa Catarina
Flávio Tanesi diz que o mais comum é que os sintomas da hiperemese
gravídica desapareçam até a 20ª semana de gravidez, mas que não é uma regra.
Ele afirma que nos casos mais graves é preciso internar a paciente para
que ela seja medicada e hidratada. A hiperemese afeta entre 0,5 e 2% das
grávidas e é a causa mais frequente de hospitalização no começo da gravidez.
“Muitas acabam fazendo um jejum forçado ao não conseguir beber nem água”,
conta.
Foi o caso da estudante Camila
Cristina Vieira de Lima Silva, 34. Ela conta que sofreu fortes enjoos até a 16ª
semana de gravidez. “Bebia água de coco e o caldinho do miojo. Esperava meia
hora o organismo absorver, mas durante esse tempo o líquido voltava várias
vezes. Nem água parava no meu estômago”, diz Camila que chegou a perder nove
quilos durante a gestação e que descobriu o diagnóstico no pronto-socorro após
passar mal.
Segundo os obstetras, é fácil
diferenciar a hiperemese gravídica dos enjoos normais pois neste caso a mulher
perde peso e vomita várias vezes ao dia sempre que come ou bebe algo. Na
dúvida, a recomendação é sempre consultar o médico que acompanha o seu
pré-natal para fazer uma dieta diferenciada.
COMO ALIVIAR OS SINTOMAS.
O obstetra recomenda que as gestantes
com hiperemese gravídica evitem alimentos gordurosos, frituras e doces.
Outra dica é se alimentar de duas em
duas horas e em pouca quantidade. “Precisa consumir alimentos de digestão
fácil, como frutas e cereais. Após as refeições, também não é recomendando
beber muito líquido. O ideal é almoçar, por exemplo, e depois de duas horas
tomar um suco. Tudo em pequenas quantidades”, orienta o médico.
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