FONTE: Victoria De Mais, do Clarín, na Argentina (mulher.uol.com.br).
Que homem não deseja
um pênis maior e eficaz? Que mulher, depois de ter tido vários filhos ou que já
tem várias décadas, não deseja una vagina de quinze anos?
O mundo
da estética – o legal e o informal – amplia seu cardápio de opções e cada vez
mais pessoas fazem consultas sobre procedimentos para diminuir a vagina e
aumentar a espessura ou alongar o pênis. É o que dizem os médicos de hospitais
públicos e especialistas de clínicas privadas.
E é o que
as estatísticas comprovam: na última década, segundo a Sociedade Argentina de
Cirurgia Plástica, quintuplicaram-se as consultas por este tipo de intervenção
em mulheres de 20 a 60 anos.
Cuidado.
Mas os
próprios profissionais pedem cautela e afirmam que, por enquanto, são poucos os
que chegam à sala de cirurgia porque, entre outros riscos, estes retoques podem
afetar o prazer sexual. E nesse caso, é um ponto sem retorno.
As novas
propostas para elas têm uma palavra-chave: ponto G, zona que culturalmente é
definida como centro do gozo.
A
intervenção para estreitar o canal vaginal consiste em injetar ácido
hialurônico – substância de uso cosmético –, colágeno ou a própria gordura no
introito, localizado a cerca de quatro centímetros do orifício vaginal. Uma vez
aplicado, o tecido engrossa e assim a entrada da vagina se estreita.
A
ginecologista Claudia Marchitelli, responsável pelo setor de Patologia Vulvar
do Hospital Italiano, explica as desvantagens deste tipo de tratamento: "A
princípio ainda está em debate a localização e inclusive a existência do Ponto
G, o que complica na hora de aplicar a substância. Por outro lado, a gordura ou
o colágeno são reabsorvidos pelo corpo e perderiam efeito no curto prazo. O
ácido hialurônico 'desaparece' de três a seis meses após ser
aplicado".
Perfil.
O perfil
das pacientes é variado, mas existe uma constante: "Elas dizem que não
chegam ao orgasmo e que leram em algum lugar que podiam colocar alguma coisa
'ali'.
A
anorgasmia não se resolve dessa maneira", diz. O cirurgião plástico Jorge
Patané também adverte: "Pode ser uma faca de dois gumes porque pode
alterar a sensação de prazer".
Homens.
Os homens
são tentados a 'engordar' seu membro. O engrossamento peniano é uma intervenção
perigosa e leva várias horas de cirurgia.
Consiste
em extrair com uma seringa a gordura alojada no abdômen ou nos flancos do homem
e deixá-la repousar para depois transferi-la aos corpos cavernosos do pênis.
Não alonga, mas aumenta a espessura.
Isto
melhora o desempenho sexual? "Não. Não torna o pênis mais funcional.
Chegar a essa prática é só uma questão estética ou psicológica", diz Juan
Carlos Rodríguez, presidente da Sociedade de Cirurgia Plástica de Buenos Aires,
onde desaconselham essa intervenção.
"Que
fique mais 'gordo' não significa que seja mais sólido. Termina sendo um pênis
para ver, mas não para usar. Mas além desse tipo de cirurgia pode produzir
lesões que deformam o membro", diz Graciela Aguirre, cirurgiã plástica e
diretora médica do centro de estética Layras.
Em
questões de "embelezamento genital" há patologias que mantêm em
vigência as cirurgias clássicas. No caso das mulheres, a redução dos lábios
menores – que ocasionam muito desconforto e, além disso, afetam a autoestima –
continua no primeiro lugar da lista.
E as
próteses penianas e os implantes de silicone continuam sendo colocados quando o
caso é irreversível, por exemplo, em caso de um acidente que tenha lesionado o
membro gravemente.
É que
quando se trata de fins terapêuticos mais do que de recuperação do prazer –
algo mais relacionado à psique do que ao físico –, a questão muda.
Estética e plano de
saúde.
Por
exemplo, Liliana G., professora, conta que depois de seu segundo parto teve que
se submeter a um rejuvenescimento estético vaginal.
"Na
verdade, eu tinha problemas de retenção e precisava fazer uma reconstrução da
bexiga. Mas por conselho dos próprios médicos também aceitei o rejuvenescimento
do canal vaginal. Meu plano de saúde cobriu tudo e eu não poderia explicá-lo
claramente, mas posso afirmar que recuperei boa parte da sensibilidade que
tinha perdido e me senti muito mais jovem", diz.
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