CRIANÇAS IMUNES AJUDAM NA BUSCA POR VACINA DA MALÁRIA...
FONTE:, (noticias.uol.com.br).
Um grupo de
crianças da Tanzânia que são naturalmente imunes à malária está ajudando
cientistas a desenvolver uma nova vacina.
Pesquisadores americanos descobriram que elas produzem um anticorpo que ataca o
parasita causador da malária.
Eles injetaram esse anticorpo em ratos e ele protegeu os roedores contra a
doença.
O time de especialistas publicou os resultados na revista científica Science.
Eles disseram que ainda é preciso testar o processo em primatas e humanos antes
de ter certeza sobre o potencial da vacina.
O pesquisador Jake Kurtis, diretor do Centro para Pesquisa Internacional de
Saúde do hospital de Rhode Island (EUA), disse que há evidências promissoras
dos efeitos da vacina.
"Mas esse é um parasita incrivelmente difícil de se atacar. Ele teve
milhares de anos de evolução para cooptar ou se adaptar às nossas respostas
imunológicas - é realmente um inimigo formidável."
O estudo começou com um grupo de mil crianças na Tanzânia. Elas tiveram
amostras de sangue analisadas durante seus primeiros anos de vida.
Um pequeno número dessas crianças (6%) apresentou uma imunidade natural à
malária, vivendo em uma área onde a doença é frequente.
"Alguns indivíduos se tornaram resistentes e outros não", disse
Kurtis.
Os cientistas pesquisaram então quais anticorpos essas crianças imunes à
malária possuíam e que não estavam presentes nos organismos das demais.
O anticorpo descoberto foi analisado e os especialistas constataram que ele
ataca o parasita em um estágio crucial de seu ciclo de vida: Ele prende o
organismo e impede que este se espalhe pelo corpo da pessoa.
"A taxa de sobrevivência foi duas vezes maior nos ratos vacinados em
comparação com os não vacinados - e o número de parasitas no corpo foi até
quatro vezes menor nos ratos vacinados", disse.
Cautela.
O grupo de especialistas se mostrou animado com os resultados, mas afirmou que
ainda é preciso fazer mais pesquisas.
"Estou cauteloso. Não vi nada até agora em nossos dados que nos fizesse
perder entusiasmo. Mas, mas ainda precisamos de estudos em macacos e testes em
humanos em uma próxima fase."
O estudo é um dos muitos caminhos sendo explorados na tarefa de encontrar uma
vacina para a malária.
O mais avançado é a vacina RTSS, desenvolvida pela GlaxoSmithKline, que busca
aprovação das agências regulatórias depois que a terceira fase de testes
clínicos reduziu à metade o número de casos de malária em crianças pequenas.
"A identificação de novos alvos em parasitas da malária para apoiar o
desenvolvimento da vacina é um esforço importante", afirmou Ashley
Birkett, diretor da organização PATH Iniciativa da Vacina da Malária.
"Esses resultados iniciais (da pesquisa americana) são promissores em
relação à prevenção da malária mais severa, mas mais dados são necessários
antes de considerarmos essa a principal aposta de vacina - seja ela empregada
separadamente ou combinada a outros antígenos".
Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde sugerem que a doença
matou mais de 600 mil pessoas em 2012, sendo que 90% dessas mortes ocorreram na
África Subsaariana.
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