FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Até quando uma mulher pode engravidar sem
precisar de ajuda médica e tratamentos como inseminação aritificial e
fertilização? A dúvida, que acomete uma parcela cada vez maior da população
feminina, já tem algumas respostas. Uma delas é o exame de reserva ovariana.
O teste, que mede o hormônio
antimülleriano, é uma medida fiel de quantos óvulos a mulher ainda tem. A
partir do resultado, não é possível medir exatamente em meses ou anos quanto tempo a mulher
ainda estará com a fertilidade em alta, mas é possível saber se como está a
reserva de óvulos.
A partir da quantidade de óvulos, o
ginecologista vai dizer se é hora de se apressar ou ainda dá tempo de esperar
mais um pouquinho antes de engravidar. Quem decide esperar, deve repetir o
exame depois de dois anos, como forma de acompanhamento.
O teste é como um exame de sangue comum,
podendo ser feito em qualquer dia do mês, independentemente do ciclo menstrual
e uso de pílula anticoncepcional. O exame - não subsidiado por convênios nem
pelo SUS - custa de R$ 300 a R$ 700 em laboratórios.
A ginecologista e obstetra Graciela
Morgado explica que o exame é recomendado apenas a partir dos 30 anos. “Às
vezes uma mulher de 30 anos está começando a vida profissional, não é casada e
nem tem namorado. Avaliamos quanto tempo ela pode esperar”, explica Graciela.
“Às vezes ela já tem uma baixa reserva ovariana. Então avisamos que, se ela não
puder ou não quiser ter filhos logo, é
melhor que congele seu óvulo para garantir e fazer a fertilização no momento em
que desejar ser mãe”.
"Óvulos envelhecem. A mulher
pode ter o rosto de uma pessoa bem mais nova, mas os óvulos continuam sentindo
o peso da idade", explica Graciela. Ela acrescenta que congelar óvulos aos
30 anos é melhor do que mais tarde, porque os óvulos ainda estão na fase jovem.
“Ela poderá ter o filho aos 40, mas sem o aumento de risco de síndromes, que cresce depois dos 35
anos”, detalha.
Graciela explica que a mulher nasce
com todos os óvulos que vai usar na vida. E começa a perdê-los. Ainda na
barriga da mãe, ela carrega
cerca de 6 a 7 milhões de óvulos. No momento do nascimento, esse valor decai
para 400 mil. Quando ela chega na puberdade, ela está com 300 mil, em média. E
a partir de então, a queda continua.
A cada menstruação a mulher recruta cerca de
500 óvulos, independente se toma pílula anticoncepcional ou não. “É um mito
achar que pílula anticoncepcional preserva os óvulos. A mulher não estoca
óvulos. No caso da pílula, ela ‘recruta’ esses óvulos mas não ovula. Esses
pequenos folículos que foram recrutados vão se degenerando e murchando”,
exemplifica Graciela, que também é membro da Federação Brasileira de
Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Outra preocupação das mulheres que menstruaram
cedo (antes dos 12 anos) é a ‘perda de óvulos’ precoce. Segundo a ginecologista
da Febrasgo, não há mudanças. “Só se a mãe da mulher tiver tido uma menopausa
precoce, aí ela pode ter uma tendência a ter baixa reserva ovariana mais cedo
também. Mas nem sempre essa tendência se concretiza”, acalma a médica.
Para aquelas que têm ovários policísticos, uma
boa notícia: Graciela explica que há estudos que mostram que essa condição –
que consiste em uma dificuldade de ovular – podem resultar até em uma ótima
reserva ovariana.
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