sexta-feira, 23 de maio de 2014

FALTA REMÉDIO CONTRA FIBROSE CÍSTICA...

FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.
O Núcleo de Portadores de Fibrose Cística da Bahia faz  um apelo ao governador Jaques Wagner para que interceda na aquisição de medicamentos em falta. De acordo com o grupo, há mais de cinco meses estão em falta dois medicamentos imprescindíveis para o tratamento: o Alfa Dornase (Pulmozyme) e os antibióticos inalatórios Tobramicima e Colomicina, no ambulatório do hospital especializado Octávio Mangabeira, situado no Pau Miúdo, Centro de Referência no tratamento da doença no estado.
Um dos diretores do Núcleo, uma associação sem fins lucrativos, formada por portadores, pais de portadores menores, amigos e apoiadores da causa do paciente fibrocístico, Jaquison Lucas de Souza, afirma que “é difícil entender o porquê de a “Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab)  não adquirir estes remédios desde dezembro do ano passado, já que são comprados através do Programa de Medicação de Alto Custo, do governo federal através do  Ministério da Saúde”.
Souza explicou que a fibrose cística, também conhecida como a doença do beijo salgado, porque o suor do portador é mais salobro que o normal, é uma doença genética, não contagiosa, determinada pelo mau funcionamento das glândulas exócrinas, responsáveis pela produção das secreções de nosso corpo. Segundo ele, em função do mau funcionamento, “as glândulas passam a produzir secreções mais espessas e viscosas, afetando desta forma nosso sistema respiratório (principalmente os pulmões) e nosso aparelho digestivo (principalmente o pâncreas).
Os principais sintomas da doença são: tosse crônica, presença de secreção espessa nos pulmões, infecções respiratórias recorrentes, falta de ar, diarreia crônica, dor abdominal, dificuldade de ganho de peso e altura e desnutrição”.
Jaquison disse que as formas de identificação da doença são através de estudo genético, teste do suor e triagem neonatal (teste do pezinho). Para ter qualidade de vida, é necessário que o portador de fibrose cística faça o tratamento a partir do diagnóstico da doença.
“Estes remédios que citei são destinados para quem tem a doença e foi afetado no sistema pulmonar. Eles ajudam a quebrar  o DNA da secreção que fica mais fina”, explicou.
Além de a medicação ser muito onerosa, mesmo com disponibilidade de compra, por parte do paciente, há dificuldade para a aquisição, segundo informa Souza. “O Pulmozyme custa R$ 3 mil por mês e não é encontrado na farmácia da rede privada. O mesmo acontece com o outro chamado Tobramicima, custa R$ 8 mil”, desabafou.
Para o diretor do Núcleo de Portadores de Fibrose Cística, a situação tem se agravado no estado, por conta da falta de medicamento. “Uma jovem de 20 anos morreu no final de fevereiro por não ter se medicado como deveria. Além do mais o índice de internação no hospital aumentou muito”, afirmou.
Ele disse ainda que há um paliativo por parte do hospital que consegue o remédio emprestado com outros estados, mas que não é suficiente para todos os pacientes. “A gente está vivendo um tratamento com paliativo, ou seja  com a metade da dosagem, que não é o ideal. Há 15 dias atrás distribuíram, quem pegou, pegou, quem ficou para trás, ficou”, lamentou.

De acordo com nota da Assessoria de Comunicação Social da Sesab, o medicamento Pumosime está em falta “ porque houve problemas com a distribuidora. A Sesab fez contrato com o próprio laboratório fabricante - Roche - e na próxima semana a distribuição deverá estar sendo normalizada. O mesmo ocorreu com os antibióticos inalatórios e a Sesab finalizou contrato com o laboratório para que nos próximos dias a distribuição seja retomada”. 

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