FONTE:
, Jean-Louis Santini, em Washington (noticias.uol.com.br).
Cientistas americanos
identificaram as substâncias químicas mais cancerígenas presentes no ambiente cotidiano
que as mulheres devem evitar para diminuir o risco de câncer de mama, uma pista
importante para a prevenção da doença.
O estudo, publicado na
segunda-feira (12) na revista Environmental Health Perspectives,
também confirma que os produtos químicos que provocam tumores cancerígenos nas
glândulas mamárias dos ratos também estão vinculados ao câncer de mama nos
humanos
.
O estudo elaborou uma
lista de substâncias cancerígenas prioritárias porque provocam tumores mamários
nos animais, às quais muitas mulheres estão expostas.
São produtos
cancerígenos presentes na gasolina, no diesel e em outras substâncias que
emanam dos veículos, assim como ignífugos, solventes, corrosivos de pinturas e
derivados de desinfetantes usados no tratamento de água potável, entre outros.
"Esta pesquisa
fornece elementos para prevenir o câncer de mama identificando produtos
químicos prioritários aos quais as mulheres estão expostas com mais frequência
e mostra também como controlar esta exposição", explica o médico Ruthann Ruden,
diretor de pesquisa no instituto Silent Spring de Newton (Massachusetts,
nordeste), co-autor da pesquisa.
"Estas
informações guiarão os esforços para diminuir o contato com estas substâncias
ligadas ao câncer de mama e ajudarão os pesquisadores a estudar como as
mulheres são afetadas", acrescenta.
As pesquisas
realizadas até agora sobre o câncer de mama não levavam em conta a exposição de
mulheres a uma grande quantidade de produtos químicos, sobretudo pela falta de
informação sobre os produtos que deveriam ser analisados.
Segundo estes
pesquisadores, os grupos de consulta de especialistas da Casa Branca, o
Instituto Americano de Medicina e o Comitê de coordenação para a pesquisa
ambiental e o câncer de mama ressaltaram que as substâncias químicas presentes
no ambiente cotidiano eram uma pista promissora para a prevenção de tumores
malignos mamários.
Reduzir a
exposição a produtos químicos.
"Todas as
mulheres nos Estados Unidos estão expostas a substâncias químicas que podem
aumentar o risco de câncer de mama, mas lamentavelmente este vínculo é
amplamente ignorado", comentou Julia Brody, diretora-geral do Silent
Spring Institute e co-autora do estudo.
"Reduzir a
exposição aos produtos químicos tóxicos pode salvar a vida de muitas
mulheres", considerou, acrescentando que "quando se fala ao povo do
câncer de mama, não se pensa no risco que as substâncias químicas
representam".
Finalmente, lamenta a
pesquisadora, "os fundos direcionados à pesquisa sobre o vínculo entre o
câncer de mama e os produtos químicos no ambiente só representam uma parte
ínfima do total".
"É
imprescindível que as indústrias e os governos atuem para reduzir a exposição
às substâncias mais perigosas", insistiu Kristi Marsh, autora de uma obra
sobre o tema chamada "Little Changes".
Marsh foi
diagnosticada com câncer de mama aos 35 anos e ela, que não tinha antecedentes
familiares, o atribui a uma exposição a químicos cancerígenos.
Para Dale Sandler,
principal epidemiologista do Instituto Nacional americano de Ciências de Saúde
ambiental (NIEHS), "esta pesquisa examina de maneira extensa e profunda os
dados toxicológicos e os biomarcadores vinculados ao câncer de mama".
Também é uma
"importante fonte de informação" para estudar o vínculo entre o
ambiente e o câncer, diz.
Os Institutos Nacionais
da Saúde (NIH) irão incorporar recomendações do estudo ao mesmo tempo em que se
preparam para testar amostras mamárias de 50.000 mulheres no âmbito de uma
investigação sobre irmãs para determinar as causas do câncer de mama.
O câncer de mama é a
segunda causa de mortalidade por câncer entre as mulheres nos Estados Unidos,
com 40.000 falecimentos estimados em 2014 e 232.670 novos casos diagnosticados,
segundo o Instituto Nacional do Câncer, que estima que 2,89 milhões de mulheres
sofrem atualmente deste tipo de câncer.
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