FONTE: FERNANDO TADEU MORAES, DE SÃO PAULO
(www1.folha.uol.com.br).
Uma pergunta do
escritor e colunista da Folha Ruy Castro divulgada na coluna de Ancelmo Gois no
jornal "O Globo" movimentou o mundo médico neste semana.
Ruy Castro questionou
por que médicos não se manifestavam a favor da legalização da maconha, mas
apenas advogados, sociólogos e ex-presidentes.
Em resposta, o
psiquiatra Luís Fernando Tófoli, da Unicamp, divulgou um documento em defesa da
legalização com quase cem assinaturas, entre elas a do ex-ministro da Saúde
José Gomes Temporão.
Após isso, o presidente
da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, criticou o
documento. "Temos uma posição consolidada contra a legalização e 6.500
assinaturas [referindo-se ao número de associados] de apoio", diz.
Ruy Castro diz que não
está engajado em nenhuma campanha. "Apenas fiz uma pergunta e me
responderam".
Sobre o estudo para a
liberação do canabidiol (CBD), um dos 80 compostos presentes na maconha,
anunciado na quinta-feira (15) pela Anvisa, ele afirma não ver problemas,
"já que é possível usar, por exemplo, o veneno de jararaca para fabricar
remédios, o que não quer dizer que você deva liberar o veneno de jararaca para
ser tomado como se fosse refrigerante".
Para Tófoli, apenas
liberar a substância CBD não resolverá o problema, "porque o que as
pessoas estão fazendo é importar pastas ou óleos de maconha ricos em CBD. A
substância em si é produzida por poucos laboratórios e usada apenas em
pesquisa".
Sobre a legalização,
ele diz que não se trata de negar malefícios, mas de controlá-los da melhor
forma por meio da legalização, da regulamentação e da educação .
Antônio Geraldo da
Silva teme que a liberação do CBD contamine a discussão sobre a legalização da
maconha.
"São necessários
estudos que mostrem que o uso do canabidiol justifica-se e, a partir daí,
estudar uma maneira de liberá-lo".
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