FONTE: Marina Kuzuyabu, do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Elas podem aparecer
nas mãos, cotovelos, plantas dos pés, pescoço, rosto, órgãos genitais e até na
laringe. São as verrugas, uma forma de lesão causada pelo papilomavírus humano,
popularmente conhecido como HPV.
A sigla faz
referência direta às infecções que acometem os órgãos genitais, mas ela engloba
um grupo de vírus com centenas de subtipos. As infecções que atingem as paredes
vaginais e o colo do útero, por exemplo, são apenas um dos gêneros possíveis,
segundo o dermatologista Reinaldo Tovo Filho, da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Dermatológica (SBCD). Esses subtipos podem ser benignos, enquanto
outros são agressivos, com tendência para o câncer.
As verrugas também
não são todas iguais. As mais comuns são arredondadas, escuras e ásperas. Mas
como explica o dermatologista Ricardo Limongi Fernandes, responsável pelo
ambulatório de cosmiatria do Instituto de Cirurgia Plástica do Hospital Santa
Cruz, em São Paulo (SP), elas podem ser filiformes (finas e alongadas),
plantares (que se desenvolvem nas plantas dos pés e, às vezes, são confundidas
com calos), planas (como as que aparecem na face), entre outros tipos.
O contágio pode
ocorrer pelo contato direto com pessoas e objetos infectados, nas relações
sexuais e por via materno-fetal. O vírus causador também é transmitido por
contato e por gotículas. Pessoas com o sistema imunológico debilitado têm maior
propensão à doença e alguns quadros indicam que a resposta imunológica do
indivíduo está baixa e que há necessidade de um tratamento. Porém, uma pessoa
sem qualquer alteração em seu sistema imunológico (imunocompetente) também pode
contrair uma verruga.
Quando uma pessoa
está com as defesas do sistema imunológico baixas, em muitos casos o vírus pode
ser combatido pelo próprio sistema imunológico do indivíduo, como explica a
dermatologista Denise Steiner, atual presidente da Sociedade Brasileira de
Dermatologia (SBD) e professora titular da Universidade de Mogi das Cruzes, em
São Paulo.
O tamanho da verruga
não tem qualquer relação com sua gravidade. "O que importa é o que o vírus
não seja grave, ou seja, não tenha potencial oncogênico", diz Denise
Steiner.
Ao detectar o
aparecimento de uma verruga, os especialistas recomendam a consulta com um
médico. O HPV tem subtipos agressivos que podem evoluir para um câncer, além do
fato de poder contaminar outras partes do corpo, gerando novas verrugas.
"O ideal é que a pessoa inicie logo um tratamento e tente proteger o local",
fala Denise Steiner.
As verrugas, por
definição, são assintomáticas, segundo o dermatologista Ricardo Fernandes. No
entanto, elas podem doer quando há atrito ou pressão sobre elas. É o caso das
verrugas localizadas nas plantas dos pés, popularmente chamadas de olhos de
peixe.
Os tratamentos são
variados. Dependendo do caso, podem ser aplicados medicamentos no local da
lesão ou feito um procedimento cirúrgico. Segundo o dermatologista Reinaldo
Tovo Filho, as verrugas cutâneas são mais simples de serem tratadas.
"Quando são do tipo genital, mais se controla do que se cura",
explica.
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