Um estudo da Escola
de Saúde Pública de Harvard sugere que o risco de autismo em crianças duplica
nas famílias cujas mães passaram muito tempo expostas à poluição durante a
gravidez.
A pesquisa - que
analisou 1.767 crianças, 245 com autismo e 1.522 sem - sugeriu que partículas
de poeira, carbono e outros compostos químicos, que prejudicam várias partes do
corpo, podem passar do pulmão para a corrente sanguínea da mãe, e daí para o
bebê.
O estudo não
estabelece uma relação causa-consequência definitiva entre autismo e exposição
à poluição na gravidez, pois outras pesquisas indicam que existe um grande
componente herdado na condição, além de outros fatores.
Mesmo assim, o
pesquisador que coordenou a investigação, Mark Weisskopf, disse que existem
elementos "crescentes" para unir as duas coisas.
"A
especificidade das nossas conclusões, em especial no que se refere ao terceiro trimestre
da gravidez, descarta muitas outras possíveis explicações", afirmou.
"Isso não só
oferece uma pista importante sobre como investigar a origem do autismo, mas nos
abre uma porta para pensar em medidas preventivas no sentido de evitar que as
gestantes não fiquem tão expostas à poluição."
Poeira letal.
Comentando o estudo,
o diretor de pesquisas sobre o meio ambiente do King's College, em Londres,
Frank Kelly, elogiou as conclusões do trabalho de Harvard.
"Se fosse apenas
um estudo eu não prestaria muita atenção, mas este é o quinto que chega à mesma
conclusão", afirmou.
Ele observou que a
passagem de partículas de poluição do corpo da mãe para o do bebê "é
biologicamente possível" por causa da placenta.
"Se compostos
químicos estão entrando no corpo da mãe, o feto pode entrar em contato com eles
também", disse.
A poluição do ar
causa cerca de 3,7 milhões de mortes por ano, segundo a Organização Mundial da
Saúde.
O estudo foi
publicado na publicação científica Environmental Health Perspectives.
Nenhum comentário:
Postar um comentário