segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

NÚMERO DE PESSOAS NO BRASIL SOFRENDO DE DEMÊNCIA JÁ ULTRAPASSA 1 MILHÃO...

FONTE: Rayllanna Lima, TRIBUNA DA BAHIA.

Alterações na memória, desorientação em relação ao tempo e dificuldade em prestar atenção são algumas sintomas que atingem as pessoas que sofrem com a demência. Doença mental caracterizada pela perda – temporária ou permanente – das capacidades cognitivas de um indivíduo, a demência já atinge milhões de pessoas no mundo. O Brasil é 9º país que registra o maior número de casos, com 1 milhão de pacientes.
Muitos são os fatores que levam à doença, entre eles disfunções metabólicas, infecções, desnutrição ou doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer. Relação com outros complicadores, como traumatismo craniano e acidente vascular cerebral (AVC), problemas com diabetes, hipertireoidismo e deficiência de vitamina B12, além de doenças sistêmicas, como insuficiência renal, também são fatores que contribuem para o desenvolvimento de demência. 
Mesmo sendo inevitável o envelhecimento cerebral, cada ser humano possui um ritmo específico de acordo com fatores externos. “Quanto mais o cérebro sofre estímulos intelectuais, mais tardiamente perderá suas conexões. Por isso, colocamos dentro do grupo de risco, pessoas com baixa escolaridade”, explicou a coordenadora do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Sonia Brucki.
De acordo com estudo publicando ano passado pela Alzheimer’rs Disease International – federação internacional que reúne organizações destinadas a estudar e apoiar pacientes de demência, sendo a doença de Alzheimer a mais comum entre elas – estima que existam no mundo cerca de 44 milhões de pessoas com a condição. E, em pouco menos de quarenta anos, o mundo terá 150 milhões de pessoas com doenças causadoras de demência. Número três vezes maior que o atual.
Alzheimer e Corpos de Lewy.
As causas degenerativas mais comuns são a doença de Alzheimer e demência com Corpos de Lewy. De acordo com dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), são mais de 15 milhões de brasileiros acima de 60 anos e 6% deles sofrem da Doença de Alzheimer.
Neurodegenerativa e de causa desconhecida, provoca declínio das funções intelectuais, diminuindo a capacidade de trabalhar e de fazer adequadamente atividades da vida diária. A princípio, a memória recente é afetada. Mas com a progressão da doença, os impactos são maiores, afetando a capacidade de orientação, compreensão, comunicação e atenção. “Em casos mais graves, o paciente é totalmente dependente, precisando de ajuda em atividades simples diárias, como alimentar-se, vestir-se e higienizar-se”, explica Brucki, que afirma ainda que esse é o tipo de demência responsável por até 60% dos casos.
Para identificar o Alzheimer, os familiares devem prestar atenção nos sintomas primários da doença – esquecimento e alterações no comportamento – para então distinguir de alterações normais do envelhecimento. Na maioria dos casos, as primeiras manifestações acontecem a partir dos 65 anos de idade.
Menos frequente que o Alzheimer, a demência com Corpos de Lewy pode ser ocasionada pela  dficuldade de atenção e concentração, alterações em visoconstrutivas (como desenhar um relógio, por exemplo) e flutuação da consciência estão entre os seus principais sintomas.
Entretanto, três sintomas são necessários para confirmar o diagnóstico: alucinações visuais, tremor e rigidez, semelhantes ao do Parkinson, e flutuação do estado mental, alternando entre lucidez e confusão. A identificação do Corpos de Lewy é feita por exclusão, pois as estruturas que causam o distúrbio só podem ser vistas em análise do tecido cerebral, após a morte.
Sua progressão é mais rápida que a do Alzheimer e, também, leva a total dependência – a expectativa de vida após os primeiros sintomas é de sete anos. Estudo realizado pelo Centro de Investigação de Doença de Alzheimer da Faculdade de Medicina de Washington University mostra que a sobrevida média de pessoas com Doença de Lewy é de 78 anos, enquanto pessoas com Alzheimer têm expectativa de 84,6 anos.
Exercícios e dieta ajudam.
Não há respostas definitivas para evitar a demência, mas exercícios regulares e uma dieta saudável podem dar efeitos positivos em prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença. “É preciso manter uma vida saudável, manter boas relações familiares. Quando o indivíduo já diagnosticado com algum tipo de demência, é preciso acompanhamento médico”, informou o secretário do Departamento de Neurologia Cognitiva da ANB, José Ibiapina Neto.

Os cuidadores também devem ter uma mente ativa, tendo em vista que ficam propensos à depressão. “Essas pessoas têm uma boa estrutura física e mental, além de abrir um espaço na agenda para a diversão. Um dos principais cuidados que se deve ter com as pessoas que sofrem com a demência é não deixá-las isoladas”, explicou o secretário.

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