FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.
Em
busca de uma melhor qualidade de vida, cada vez mais baianos estão fazendo uso
dos chamados produtos orgânicos durante as refeições do dia-a-dia. De alimentos
que variam de frutas a verduras, passando por sucos, cafés e açúcares, são
muitas as opções para aqueles querem mudar a rotina do cardápio diário. Quem
passa a consumir estes produtos diz sentir os efeitos no organismo e o que se
vê é o aumento, tanto do número de consumidores, como do número de lojas
especializadas do ramo.
Uma
delas é o Mercado Orgânico, que fica no Salvador Shopping. Existente desde
setembro de 2014, o estabelecimento é segmentado e vende, desde produtos
orgânicos, até outros alimentos como os que não têm glúten ou lactose. “Nossa
proposta vem desde abril de 2012, quando inauguramos um restaurante orgânico na
praça de alimentação aqui do shopping. Temos uma grande variedade de produtos
para atender os clientes mais exigentes. Acreditamos que nosso público-alvo
necessita de uma quantidade crescente destes produtos, principalmente aqui na
Bahia, que é escasso”, disse o gerente de marketing da loja, Mário Silveira.
O público-alvo do mercado, segundo a nutricionista, Ana
Carolina Martins, são pessoas que buscam uma alimentação saudável e que,
aliados a isso, praticam atividade física regularmente. “A diferença é que o
produto orgânico não passa por nenhum processo químico desde o plantio. Já os
produtos tradicionais têm a química que é utilizada para a sua maior conservação,
mas trazem prejuízos ao organismo. A procura por esse produto aumentou por que
a pessoas tem buscado uma maior qualidade de vida, de saúde”, comentou.
Para investir na implantação da loja, foram gastos cerca de R$ 2 milhões, R$ 400 mil apenas com a compra de produtos. “Além desses gastos com os alimentos, investimos bastante em infraestrutura e equipamentos. Todas as nossas prateleiras são feitas com madeiras de demolição, estruturas mais caras que as convencionais, mais tudo foi voltado para o conceito de responsabilidade ambiental, que é a proposta de um alimento orgânico, de não agredir o meio ambiente”, contou.
As
sacolas da loja, por exemplo, são feitas de papel craft, material produzido a
partir de uma mistura de fibras de celulose. Há também algumas pequenas ações
voltadas para o conceito da sustentabilidade. “Os clientes que aqui fazem
compras, a depender o valor, ganham uma sacola ecológica para que ela possa ser
utilizada nos lugar das tradicionais sacolas plásticas. Nossos funcionários
receberam treinamento para saber um pouco mais sobre o assunto, além de alguns
conceitos como a preocupação com o meio ambiente e coleta seletiva”, falou
Silveira.
Ainda
de acordo com ele, a origem de alguns produtos é da Bahia. Mas, a grande
maioria deles vem mesmo da região sudeste do país, pois ainda há uma
dificuldade em se encontrar este tipo de produto por aqui. No entanto, ele
considera que o mercado no estado está em constante expansão. “Desde a abertura
do restaurante a gente já viu uma melhora, uma tendência de mercado. As pessoas
se preocupam mais com a saúde, tem uma proposta de qualidade de vida. Temos
estatísticas de que o crescimento deste tipo de produto aumenta cerca de 50% a
mais por ano em relação aos convencionais. É um mercado já é estruturado. Temos
uma pretensão de abrir lojas em outros shoppings para aumentar nossa oferta
dentro do mercado de Salvador”, afirmou.
Pessoas aderem à novidade.
Dentro
da loja, o grande número de pessoas que vão atrás dos produtos orgânicos ajuda
a entender esse fenômeno cada vez mais crescente. No entanto, elas precisam
ficar atentas, pois, para ser considerado orgânico, o produto precisa, no
rótulo, possuir um selo que é certificado pelo Ministério da Agricultura. Quem
faz uso destes alimentos, destaca a melhora na qualidade de vida. “Eu comecei a
fazer uso há uns seis anos, quando minha filha nasceu. Hoje em dia ela até me
ajuda a escolher os produtos e acaba incorporando esse novo estilo de vida na
própria alimentação. Nas ruas, atualmente, por conta das comidas muito
condimentadas, fica até difícil de a gente comer fora. Já estamos habituados”,
disse a produtora de eventos, Alena Jambeiro.
“Eu sempre ouvia falar que eles eram mais saudáveis e há um
ano e meio comecei a utilizá-los na minha alimentação, apesar de ainda consumir
alguns dos alimentos considerados tradicionais”, disse a professora Celeste
Nascimento, que levava no carrinho alguns produtos orgânicos tais como açúcar
mascavo e alguns grãos. A qualidade de vida, segundo ela, melhorou muito.
“Antes, sofria bastante com a baixa imunidade. Agora, sinto que minha pele está
mais bonita, não tenho mais dores e recebo muitos elogios na rua”, brincou.
Por outro lado, os consumidores ficam na bronca com relação aos preços que, segundo eles, ainda são considerados “salgados”.
Deixamos
até de comprar remédios para ter uma alimentação mais saudável. Melhoramos por
um lado, mas estamos tendo um gasto maior”, falou Alena. “Até que aqui os
preços estão bons, mas ainda é muito difícil encontrar produtos orgânicos com
preços mais em conta”, pontuou Celeste. Para se ter uma ideia, a maça orgânica
está custando R$ 6,60 a unidade, assim como a batata. O litro do suco de uva tem
o valor de R$ 23,26. Um pacote de café orgânico custa quase R$ 37 e o açúcar
cristal, R$ 6,80.
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