FONTE: TRIBUNA DA
BAHIA.
Em
alusão ao Dia Mundial da Hanseníase, lembrado em 28 de janeiro, a Secretaria
Municipal da Saúde (SMS), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab),
promove entre 26 e 30 de janeiro mais uma edição da Semana de Mobilização para
o Controle da doença. Durante toda a semana serão realizadas atividades
educativas em diversas unidades de saúde do município e o Elevador Lacerda será
iluminado com a cor verde.
O
objetivo é aumentar o diagnóstico precoce e a busca ativa de sintomáticos
dermatológicos pelos agentes comunitários de saúde, além de promover palestras
e rodas de discussão sobre o tema para a sensibilização da população sobre os
sintomas da doença. Em Salvador, foram registrados no ano passado 340 casos de
hanseníase, um aumento de quase 20% em relação à 2013, quando foram notificadas
273 ocorrências. De acordo com Ênio Soares, subcoordenador da Vigilância
Epidemiológica do município, o crescimento do número de casos é atribuído a
intensificação das ações da SMS para busca ativa de novos casos.
“O
crescimento de notificações da patologia não quer dizer que tivemos maior
incidência de hanseníase na cidade. Nos últimos dois anos Salvador avançou consideravelmente
no setor de atenção básica e mais pessoas tiveram acesso aos postos de saúde,
fato que contribuiu para a identificação de novos acometidos. Também
intensificamos as campanhas de conscientização e sensibilização por se tratar
de uma doença bastante estigmatizada, e o resultado foi que mais pacientes nos
procuraram para realizar o tratamento adequado”, esclareceu o subcoordenador.
A
hanseníase ou lepra é uma doença infecciosa, crônica que ataca principalmente a
pele e os nervos periféricos. Para detectar a doença é preciso observar manchas
esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo e áreas
da pele que não coçam; mas, que causam a sensação de formigamento e ficam
dormentes, com diminuição ou ausência de dor, da sensibilidade ao calor, ao
frio e ao toque.
Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial.
Manchas
na pele, perda de sensibilidade, diminuição da força dos músculos da mão e
nódulos no corpo podem ser indícios de hanseníase - doença infectocontagiosa,
que atingiu cerca de duas mil pessoas somente em 2013. Como o tempo entre o
contágio e o aparecimento dos sintomas pode demorar entre dois e 10 anos,
especialistas alertam para a importância do tratamento precoce e continuado,
assim que haja suspeita da doença.
De
acordo com o infectologista do Hospital São Rafael (HSR), Márcio de Oliveira, o
aparecimento de lesões de pele e o comprometimento dos nervos periféricos
(fibras nervosas que fazem a ligação dos tecidos com o sistema nervoso central)
são as características principais da doença, que pode provocar incapacidades
físicas como, por exemplo, a perda de membros e deformidades. “Estas
incapacidades e deformidades acarretam ainda na diminuição da aptidão para o
trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos”, explica o
especialista do HSR.
Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Hanseniano,
celebrado neste sábado (24), o especialista esclarece como identificar e
tratar a doença. “É importante ter ciência de que a hanseníase tem
cura e que os seus danos podem ser evitados com tratamento adequado, através da
poliquimioterapia, conforme orientação do próprio Ministério da Saúde”, pontua
o especialista.
A poliquimioterapia é feita através da combinação de alguns medicamentos específicos. O uso da técnica é capaz de matar o Mycobacterium Leprae ou Bacilo de Hansen, transmissor da doença, evitando a evolução e que outras pessoas sejam infectadas. O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos de hanseníase atrás apenas da Índia, que tem uma população consideravelmente superior, de acordo com informações da Fiocuz. Na Bahia, houve uma redução de 45,67% na detecção geral dos casos de hanseníase e, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, deste total, 44,87% corresponde à população de zero a 14 anos.
Exemplo de Vida.
Dona Telma Maria dos Santos é um exemplo claro de que a Hanseníase tem cura. Aos 17 anos de idade, surgiram os primeiros sintomas da doença como ferimentos nas pernas e dores nos braços. Por não ter sido diagnosticada cedo e também por ter interrompido por diversas vezes a medicação, Telma chegou a ficar sem andar, perdeu muito peso e sentiu de perto o preconceito das pessoas. “Achavam que eu estava com tuberculose”, afirmou. Durante o tratamento ela precisou se afastar das pessoas por aproximadamente seis anos – tempo em que ficou internada. Hoje, com 56 anos ela costuma realizar palestras e dar depoimentos sobre como vencer a doença. “Se não fossem as cicatrizes dos ferimentos que tive na perna, ninguém diria hoje que eu tive hanseníase”, ressaltou.
Dona Telma Maria dos Santos é um exemplo claro de que a Hanseníase tem cura. Aos 17 anos de idade, surgiram os primeiros sintomas da doença como ferimentos nas pernas e dores nos braços. Por não ter sido diagnosticada cedo e também por ter interrompido por diversas vezes a medicação, Telma chegou a ficar sem andar, perdeu muito peso e sentiu de perto o preconceito das pessoas. “Achavam que eu estava com tuberculose”, afirmou. Durante o tratamento ela precisou se afastar das pessoas por aproximadamente seis anos – tempo em que ficou internada. Hoje, com 56 anos ela costuma realizar palestras e dar depoimentos sobre como vencer a doença. “Se não fossem as cicatrizes dos ferimentos que tive na perna, ninguém diria hoje que eu tive hanseníase”, ressaltou.
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