FONTE:
*** Jairo Bouer
(doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
O Twitter é um universo onde a maioria das
pessoas é favorável ao uso da maconha, segundo pesquisadores da Faculdade de
Medicina St. Louis, da Universidade de Washington. A equipe chegou à
conclusão após analisar mais de 7 milhões de tweets sobre a droga enviados no
período de um mês.
As mensagens pró-maconha somaram 77% do total, ou
seja, foram quinze vezes mais frequentes que as contrárias à substância, de
acordo com os pesquisadores. Já 18% dos tweets foram neutros.
Os autores de mensagens favoráveis à maconha
tinham um total de mais de 50 milhões de seguidores no Twitter, cerca de 12
vezes mais que os autores de frases contrárias ao uso da droga.
O mês escolhido pela equipe foi janeiro de 2014.
Os resultados foram publicados na edição on-line desta quinta-feira (22) do Journal
of Adolescent Health.
Os autores dizem que a maioria dos remetentes e
destinatários dos tweets eram menores de 25 anos, com a presença de muitos
adolescentes. Essa faixa etária é a que apresenta maior risco de desenvolver
problemas com o uso da maconha.
A professora de psiquiatria Patricia
Cavazos-Rehg, principal autora, comenta que o dado é preocupante, já que o uso
frequente da droga pode afetar estruturas do cérebro e interferir com a função
cognitiva, o desenvolvimento emocional e o desempenho acadêmico dos jovens. Ela
admite que muitos adolescentes deixam de usar maconha à medida que envelhecem,
mas que não é possível prever quem fará isso.
Os tweets pró-maconha mais comuns tinham o
objetivo de incentivar a legalização do uso e noticiar seus benefícios à saúde.
Dez por cento dos tweets foram enviados por pessoas que diziam estar usando a
droga no momento em que faziam a postagem.
Muita gente acredita que o uso da maconha é
totalmente inofensivo, e as conversas nas mídias sociais tendem a reforçar
essas opiniões. Isso faz com que a droga pareça socialmente aceitável, o que
pode ter suas consequências a longo prazo, como observa a psiquiatra.
Sobre o autor.
Jairo Bouer é médico formado pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, com residência em psiquiatria no Instituto de
Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no Projeto Sexualidade do Hospital
das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar seu trabalho no estudo da
sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para o grande público, quando
o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a dúvidas através de
diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste
espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões sobre saúde,
sexo e comportamento.
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