Aquecido ao máximo e
aspirado profundamente, o vapor com nicotina dos cigarros eletrônicos pode
produzir formaldeído, uma substância que o torna de cinco a quinze vezes mais
cancerígeno que o cigarro comum, revela um estudo publicado na quarta-feira
(21).
"Constatamos que
o formaldeído pode se formar durante o processo de vaporização dos cigarros
eletrônicos", destacam pesquisadores da Universidade de Portland (Oregon)
no "New England Journal of Medicine" (NEJM).
Os pesquisadores
utilizaram uma máquina para "inalar" o vapor dos cigarros eletrônicos
de baixa e alta tensão para determinar como se forma o formaldeído - uma
conhecida substância cancerígena - a partir do líquido que utilizam estes
dispositivos.
Durante a
experiência, os pesquisadores constataram que quando o cigarro eletrônico
aquece o líquido a alta tensão (5 volts) se produz uma taxa de formaldeído mais
elevada que a do cigarro comum.
Desta maneira, o usuário
de cigarro eletrônico que inala diariamente o equivalente a três mililitros
deste líquido vaporizado e aquecido ao máximo absorve cerca de 14 mg de
formaldeído, contra 3 mg para quem fuma um maço de cigarro comum.
A longo prazo, a
inalação de 14 mg desta substância nociva por dia pode aumentar de 5 a 15 vezes
o risco de câncer, destaca o estudo.
Para o diretor da
divisão de tabagismo da Faculdade de Medicina de Londres, Peter Hajek, o estudo
não reflete a realidade, já que "quando os cigarros eletrônicos aquecem
muito, o líquido produz um sabor acre desagradável" para o fumante.
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