quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

FONOAUDIÓLOGA ALERTA QUE REMÉDIOS SEM CONTROLE PODEM LEVAR À SURDEZ...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.


O uso prolongado, em altas doses, de quase 200 medicamentos, pode provocar tonteira, zumbido e até perda auditiva. Diuréticos, pílulas anticoncepcionais e antiinflamatórios consumidos de forma indiscriminada estão entre esses remédios de risco.
Tomar com frequência medicamentos conhecidos como ototóxicos pode causar lesões graves –algumas vezes irreversíveis – nas partes do ouvido humano responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. 
Muitos remédios contém o salicilato de sódio. A aspirina, por exemplo, está entre os medicamentos ototóxicos mais comuns. Seu consumo é exagerado, até para fins terapêuticos. Por isso, o melhor é seguir a orientação de um médico.
A fonoaudióloga Isabela Carvalho, da Telex Soluções Auditivas, alerta para os riscos da automedicação. “Infelizmente, é comum as pessoas tomarem remédios por conta própria, influenciadas pela indicação de vizinhos e amigos, o que é perigoso. As substâncias conhecidas como ototóxicas podem causar lesões graves e, muitas vezes, irreversíveis à cóclea, a parte do ouvido humano responsável pela audição”, ressalta.
Mas é importante lembrar que muitos desses remédios são essenciais no tratamento de doenças. Por isso, o ideal é que, antes do tratamento, sejam feitos exames para verificar se já existe alguma lesão auditiva que possa se agravar com o uso do remédio.
Quimioterápicos usados no tratamento de câncer, antibióticos da família dos aminoglicosídeos –usados na prevenção e no tratamento de infecções pós-operatórias e até no combate à tuberculose –  além de antineoplásicos e antimaláricos também fazem parte da lista de remédios que podem acarretar danos à audição. 
É um dilema enfrentado pelos médicos. Bebês prematuros também correm riscos, já que precisam tomar antibióticos para combater determinadas infecções respiratórias.
“Os recém-nascidos com baixo peso são muito expostos a infecções e precisam desses remédios, mas é preciso atenção. Hoje o teste da orelhinha é uma avaliação obrigatória, que é feita logo após o nascimento do bebê para verificar se ele tem algum dano auditivo”, lembra a fonoaudióloga, que é especialista em audiologia.
A situação é ainda pior para aqueles bebês que precisam passar um bom tempo na incubadora, porque, além dos remédios, eles são prejudicados pelo barulho nas incubadoras, que pode chegar a até 100 decibéis.
Quando a perda auditiva causada pelos medicamentos ototóxicos ocorre ainda na infância pode gerar problemas na fala e no aprendizado. afetando o desenvolvimento infantil como um todo.
“Nesses casos, a perda auditiva é irreversível e o processamento do som sofre prejuízo. Perde-se a capacidade de perceber com clareza a voz humana, os sons do ambiente e até a própria voz”, explica Isabela Carvalho.
Os efeitos da ototoxidade dos remédios são amplos e atingem indivíduos de todas as idades. Nos ouvidos, esses medicamentos causam uma perda neurossensorial, temporária ou definitiva, de grau variado (de leve à profunda), de acordo com o remédio, a dose ingerida e o tempo de tratamento.
“Aconselho a quem suspeita de alguma dificuldade auditiva que procure um médico otorrinolaringologista o mais rápido possível. A perda auditiva pode ter muitas causas: trauma acústico, infecções, idade avançada, mas pode ser conseqüência também do uso prolongado de um medicamento ototóxico”, conclui a fonoaudióloga.

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