FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.
Nos
dias atuais é praticamente impossível não ver pessoas caminhando pelas ruas, de
cabeça abaixa, dando uma olhada no que está acontecendo em redes sociais como
Facebook e Whatsapp. No entanto, o “zapzap”, como é popularmente conhecido o
aplicativo de troca de mensagens e um dos mais queridos dos brasileiros, também
está se tornando a dor de cabeça de empresários. O motivo: muitos funcionários,
ao invés de se concentrarem no serviço e atenderem aos clientes, passam mais
tempo de olho no celular.
Para se
ter uma ideia da gravidade da situação, um empresário da cidade de Uberlândia,
Minas Gerais, demitiu, em apenas 15 dias, 12 funcionárias devido ao uso
excessivo do aplicativo de mensagens instantâneas. A principal queixa dele era
de que elas passavam mais tempo no aparelho e não atendiam a clientela do
estabelecimento. Por isso, sempre tinham que chamá-las a atenção. Como
alternativa, ele decidiu que só iria contratar funcionários que não utilizassem
o programa, o que gerou muita polêmica.
Em
Salvador, o Whatsapp também é motivo de discussão entre funcionários e donos de
lojas. Nos estabelecimentos é comum ver relatos de pessoas que deveriam estar
concentradas no serviço, mas, na verdade, ficam mais atentas ao que se passa
nos dispositivos móveis. “Há dois meses nós tivemos um problema com uma menina
que ficava direto usando o programa. Ela só desinstalou por que estava tendo
problemas até em casa com o marido”, contou Simone dos Santos, gerente de uma
loja de enxovais na Baixa dos Sapateiros.
No
entanto, segundo ela, a funcionária não foi demitida. Na loja, não há
restrições quanto ao uso do celular. Mas é necessário seguir algumas
recomendações. “Pedimos sempre a eles que usem o telefone apenas nos horários
de almoço ou quando não estão atendendo algum cliente. Afinal, emergências
podem acontecer com alguma pessoa da família, por exemplo. Caso contrário, a
gente vai chamar a atenção”, disse Simone.
A
poucos metros mais a frente, em uma loja que vende roupas, a restrição é maior.
Segundo Selma Cavalcanti, também gerente do estabelecimento, as funcionárias
têm que estar totalmente atentas ao que acontece no ambiente de trabalho.
“Aqui, o dono reclama e pega no pé, se ele vê que alguém que está no telefone
ao invés de estar realizando atendimento. Ele deixa apenas usar o celular na
hora do almoço. No mais, o telefone tem que estar guardado no bolso ou na bolsa
delas”, falou.
MAU
COMPORTAMENTO.
Para o Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas-BA), Paulo Mota, as empresas tem que deixar claro aos seus funcionários as regras quanto ao uso ou não do celular nos estabelecimentos. “Os empresários têm que disciplinar, nas suas linhas internas, e dar o feedback ao trabalhador sobre o que pode e o que não fazer dentro da loja. Imagine você se todos os funcionários de todos os setores resolverem, ao mesmo tempo, ficar no celular. O prejuízo será grande”, analisou.
Para o Presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas-BA), Paulo Mota, as empresas tem que deixar claro aos seus funcionários as regras quanto ao uso ou não do celular nos estabelecimentos. “Os empresários têm que disciplinar, nas suas linhas internas, e dar o feedback ao trabalhador sobre o que pode e o que não fazer dentro da loja. Imagine você se todos os funcionários de todos os setores resolverem, ao mesmo tempo, ficar no celular. O prejuízo será grande”, analisou.
Esse
comportamento por parte do funcionário, segundo Mota, é condenável e deve ser
abolido por parte das empresas. “Quem não respeitar as normas da casa tem que
sair mesmo”, pontuou. Por outro lado, ainda de acordo com ele, não existem
registros ou reclamações trabalhistas, em Salvador, de demissões de
funcionários por conta deste tipo de comportamento.
Doença moderna.
Para o
professor e psicólogo Judson Riker, a atitude de ficar nas redes sociais, mesmo
durante o trabalho, representa uma extensão do que já vemos nos encontros
interpessoais fora do ambiente. “Acredito que esta seja uma nova doença que
ainda não tenha um nome. As pessoas acabam pensando que tem uma vida social
quando, na verdade, não têm vida alguma. É um verdadeiro risco que muitas delas
não sabem o que estão passando”, analisou.
Segundo
ele, o ambiente de trabalho em que o funcionário está lá para dar o seu melhor
e colher os frutos por isso. “Caso contrário, será apenas um momento de fuga
não só do próprio trabalho, como da própria vida. Se ela não consegue se
adaptar a realidade, o mundo real, não tem a menor vocação para trabalhar”,
considerou.
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