FONTE:
*** Jairo Bouer
(doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).
Você está sofrendo
por causa de um relacionamento rompido? Então leia esta boa notícia: nosso
cérebro conta com um mecanismo para nos fazer sair da fossa e embarcar em um
novo amor. Esse atributo evoluiu por meio da seleção natural, segundo
pesquisadores da Universidade Saint Louis, nos EUA.
De acordo com o
professor da criminologia Brian Boutwell, um dos autores do trabalho, a
descoberta sugere que todas as pessoas têm potencial para vencer a dor e
recomeçar. Ele e sua equipe chegaram à conclusão após revisar uma série de
estudos sobre rompimentos amorosos.
Seguindo princípios
da psicologia evolucionista, os pesquisadores comentam que homens e mulheres
tendem a interromper um relacionamento por questões diferentes. Enquanto eles
são mais propensos a se magoar quando a parceira se envolve sexualmente com
outro, elas ficam mais ressentidas quando seus parceiros se envolvem
emocionalmente com outra.
A razão disso estaria
no passado de nossos ancestrais: homens queriam ter certeza de estar cuidando
dos filhos de verdade, e as mulheres precisavam de homens focados em proteger e
garantir casa e comida para essas crianças. Por outro lado, ambos às vezes
terminam simplesmente porque o outro foi cruel, algo que ninguém costuma
tolerar, seja homem ou mulher.
Segundo os pesquisadores,
algumas pessoas tendem a ter mais dificuldade em lidar com rompimentos e
esquecer o ex ou a ex, e isso se deve a questões ambientais e genéticas.
Estudos feitos com
ressonância magnética indicam que os apaixonados possuem uma atividade
aumentada em certas partes do cérebro ligadas ao prazer que também são
alteradas quando uma pessoa se vicia em cocaína. Boutwell explica que, por
causa disso, se livrar de um amor pode ser tão difícil quanto deixar de usar a
droga.
Os pesquisadores
também analisaram imagens de cérebros de ex-dependentes, que possuem um volume
maior de massa cinzenta em certas regiões – diferenciado-os de quem ainda usa a
cocaína. Esses parâmetros, segundo eles, podem indicar, também, quando uma
pessoa superou um velho amor e está pronta para se apaixonar por outra. Mas é
preciso fazer mais estudos para comprovar essa hipótese.
Para equipe,
investigar os mecanismos ligados aos rompimentos e à capacidade de se apaixonar
novamente pode levar, no futuro, a encontrar saídas para salvar relacionamentos.
Jairo Bouer é médico formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em
psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar
seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para
o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a
dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões
sobre saúde, sexo e comportamento.
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