FONTE: Elaine Patricia Cruz - Repórter da
Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Um
sistema desenvolvido pelo Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de
São Paulo (IFSC/USP), vai possibilitar o diagnóstico pré-sintomático do
diabetes mellitus tipo 2, doença que afeta o metabolismo da glicose, a
principal fonte de energia do corpo.
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Diabetes,
baseado em dados do Ministério da Saúde, há 14 milhões de diabéticos no Brasil,
90% deles com o tipo 2 da doença e o restante, o tipo 1.
O diabetes não insulinodependente ou do adulto - tipo 2 - ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos. Por ser pouco sintomáticp, o portador do diabetes tipo 2, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que pode provocar complicações no coração e no cérebro.
O diabetes não insulinodependente ou do adulto - tipo 2 - ocorre geralmente em pessoas obesas com mais de 40 anos. Por ser pouco sintomáticp, o portador do diabetes tipo 2, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento, o que pode provocar complicações no coração e no cérebro.
O
dispositivo foi criado pelo Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do IFSC/USP
com o objetivo de identificar alterações hormonais, de forma rápida e fácil,
que possam indicar a possibilidade de surgimento do diabetes tipo 2 no futuro.
A pesquisa foi feita pela aluna de doutorado Laís Canniatti Brazaca, com a
orientação do professor Valtencir Zucolotto.
“Não é
um sistema para diagnóstico de diabetes tipo 2 e nem para diagnóstico precoce
da doença. O que desenvolvemos é um sistema de detecção de um hormônio
específico chamado adiponectina”, explicou Zucolotto, em entrevista
à Agência Brasil.
“Quando
o organismo começa a produzir menos esse hormônio, há uma relação com o
aparecimento de diabetes tipo 2 lá na frente. Obviamente não são todos os casos
em que a diminuição [do hormônio] leva ao diabetes, mas há uma correlação. Se
existe uma maneira rápida e barata de detectar esses hormônios, pode-se pensar
até em um diagnóstico preditivo. Sabendo que há uma disfunção [hormonal], a
pessoa pode até pensar em uma mudança de hábitos alimentares e de vida, que
podem evitar ou postergar o aparecimento da doença", acrescentou.
O
sistema funciona por meio de um biossensor, descartável e de baixo custo, que
detecta a baixa concentração do hormônio adiponectina, relacionado com a
doença.
Há
diversas pesquisas que relacionam o aparecimento do diabetes mellitus tipo 2 à
baixa produção de adiponectina, mas o método utilizado para detectá-lo, chamado
de Enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA), costuma ser muito caro e pouco
realizado em laboratórios.
“Já
existem métodos padrões e convencionais para detectar esse hormônio, mas são
mais caros e precisam de grandes equipamentos, além de serem feitos em
laboratórios de análises clínicas. Nosso sistema é um biossensor, descartável,
um eletrodo pequeno para que se possa tentar tornar mais fácil esse monitoramento
da adiponectina”, explicou o professor.
Exames
feitos em laboratório com o novo sistema, no Instituto do Coração do Hospital
das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, obtiveram resultados bastante
semelhantes aos feitos com o método tradicional Elisa.
Mas a
ideia é que o novo dispositivo não substitua a análise feita convencionalmente
com o Elisa, mas seja um exame complementar. Após o desenvolvimento dessa
tecnologia, o grupo espera encontrar empresas interessadas em produzir o
aparelho e comercializá-lo.
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