FONTE: *** Dr. Tufi Dippe Jr (portaldocoracao.uol.com.br).
A depressão é um forte preditor
da má qualidade da dieta e aumento no índice de massa corporal entre as
populações de baixa renda, mostra um novo estudo publicado no Journal of the
Academy of Nutrition and Dietetics.
Segundo os pesquisadores, o foco
em saúde mental nesse grupo de alto risco já poderia ser uma valiosa
intervenção para combater a má nutrição e obesidade - embora eles também
concordem que melhorar a dieta e investir na perda de peso também seria uma
forma de beneficiar a saúde mental dessas pessoas.
Os pesquisadores americanos
apontaram para o fato de que estudos anteriores tinham demonstrado uma
associação entre depressão e baixo nível socioeconômico, e entre a insegurança
alimentar e depressão, mas a direção da causalidade da associação ainda não
está clara.
Neste estudo em questão, foram
analisados dados de 1.372 pessoas de cinco anos, a maioria afro-americano, que
vivem em áreas de baixa renda, com pouco acesso a opções de alimentos
saudáveis, o que eles chamavam de "desertos alimentares". A pessoa
que fez a maioria das compras de alimentos em cada domicílio - de um total de
639 pessoas deste grupo - respondeu perguntas detalhadas sobre sua dieta, para
dar uma nota sobre a Saúde (Eating Index-2005), que reflete a sua ingestão dos
cinco principais grupos de alimentos (frutas, legumes, grãos, leite e carne e
feijão) e outros nutrientes.
Eles também forneceram
informações sobre a sua idade, sexo, nível de escolaridade, renda e situação de
emprego; calcularam o IMC; e responderam a perguntas (Patient Health
Questionnaire-2) que permitiram que os entrevistadores avaliassem o seu nível
de depressão. Além disso, o seu nível de segurança alimentar foi avaliado por
meio de um levantamento de 18 itens padrão, e eles foram questionados sobre a
sua participação em programas de fornecimento de vale-refeição, ou sistemas
semelhantes.
Os pesquisadores descobriram que
a depressão influenciou fortemente tanto a qualidade da dieta e quanto o IMC.
Mesmo depois de controlar outros fatores individuais, maiores escores para
sintomas depressivos foram associados com menores escores para a qualidade da
dieta e com IMC mais alto.
Os pesquisadores concluíram que
a depressão coloca grupos de baixa renda em um risco ainda maior do que já se
encontram de obesidade e má nutrição. Eles sugeriram uma ação de saúde pública
com foco na saúde mental, especialmente em sintomas depressivos, poderia ajudar
a combater o excesso de risco.
Fonte: Associação Brasileira para o
estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
Dr. Tufi Dippe Jr
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