sábado, 21 de março de 2015

STRIPPERS: ELAS REJEITAM EMPREGOS COMUNS E ACEITAM RECARGA DE CELULAR...

FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.

            

Vivian e Ana moram em Estados diferentes, mas têm em comum corpos esculturais e o prazer de mostrar suas curvas na web. Ambas começaram a se exibir por brincadeira, como um jogo sensual - e obviamente gratuito - para amigos e estranhos. Em pouco tempo, perceberam que poderiam cobrar pelos flashes. Elas rejeitam trabalhos tradicionais e dizem faturar até R$ 16 mil por mês.
“Mandava fotos para atiçar os meninos da faculdade. Até que um estranho apareceu e lançou: 'Te dou R$ 20 para mostrar os seios'. Topei e nunca mais parei”, confessa Ana Stripper, de 30 anos, que abandonou o cargo de gerente de uma loja nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, já no primeiro mês da nova profissão. As duas recusam encontros reais com clientes e fazem questão de ressaltar que não são garotas de programa. 
Com o título de "namoradinha virtual", Ana trabalha na própria casa, em São Paulo, em três períodos em seis dias da semana, entre 10h e 13h, das 14h às 18h e das 20h à 0h. Oferece cinco opções de apresentações, com valores entre R$ 20 e R$ 60. Na mais ousada, com o título Show Especial, Ana faz striper, masturbação, sexo oral no vibrador e penetrações com brinquedos. Com um diferencial, o show mais caro conta com closes do rosto da profissional.
Os pagamentos são realizados por transferência bancária, em sites de pagamento virtual e – quando necessário – por recarga de celular. “Um cliente recarregou meu celular porque a conta é conjunta com a mulher. É raro aceitar porque recarga não paga minhas contas, mas às vezes aceito para não perder o cliente”, explica Ana, que se limita a fazer 10 shows por dia para evitar desgaste físico. 
Vivian Stripper não negocia. Após um golpe que sofreu de um cliente, que comprou vários shows e cancelou o cartão de crédito, hoje ela aceita apenas transferências bancárias e depósito. “Confirmo o pagamento em cinco minutinhos e começo. É bem mais seguro assim”, conta a jovem gaúcha de 19 anos, que vive em Porto Alegre (RS). Para passar 40 minutos com a loira, o cliente desembolsa R$ 80. O novo cliente, segundo ela, não arrisca muito e sempre compra o pacote mais simples de R$ 25, com direito a 10 minutos. "Muitos testam para ver se sou real e não ficar no prejuízo." 
Ao abrir a tela do Skype ao iG, Vivian esconde o rosto com uma máscara e apenas exibe o colo com um top azul decotado. A identidade nunca é revelada porque a família não sabe sua real profissão. “Eles pensam que vendo lingerie. Minha mãe já viu minhas fantasias e brinquedos, mas deve ter pensado que só sou tarada mesmo.” Com o sucesso do negócio, com renda mínima mensal de R$ 5 mil, ela abandonou o segundo ano do ensino médio e pensa em abrir uma academia quando abandonar a carreira virtual.  
O marido de Vivian é o único que saber o que acontece no quarto das 14h às 2h. O trabalho é tratado com naturalidade dentro de casa, conta a jovem. O parceiro a apoia e é ainda o responsável por abafar o som dos shows para os vizinhos não ouvirem no quarto ao lado. Questionada se a convivência do parceiro com os clientes não gera atritos, Vivian esclarece: “Convivemos bem com isso. Só um dia pedi para ele falar mais baixo porque estava fazendo um show. Ele entendeu e o cliente também."
Fetiches: dos pés às fezes.
As duas deixam claro que para sobreviver neste ramo, a profissional não pode ter preconceitos. O acesso ao 3G em smartphones contribuiu para o sucesso dos shows virtuais, elas contam. Os clientes são, em maioria, homens casados que não consideram a experiência online como traição. "Inúmeras vezes fiz shows para homens que estavam em banheiro público ou no estacionamento do trabalho. Eles pensam que é só uma aventura, não traição", explica Ana. 
Muitos têm fetiches no mínimo curiosos, que vão além das fantasias de enfermeira ou coelhinhas. Uma fantasia comum, conta Vivian, é a inversão, quando o homem sente prazer em assumir um papel feminino e praticar a penetração com vibradores em si mesmo. “Você pode até rir que eles gostam. Hoje aprendi a achar engraçado e entender alguns desejos”, diz a gaúcha. Muitos pedem masturbação com legumes ou frutas. Outros gastam os 20 minutos de um show para observar os pés das strippers.
Um ponto de discórdia entre as profissionais é a realização de fetiches extremos, como as chuvas douradas e marrons ou negras (banhos de urina e fezes). Enquanto Ana não divulga a prática no seu site, mas está aberta a negociações, Vivian aceita fazer chuva dourada e cobra R$ 15 adicionais pelo feito. “Você sabe o que é chuva marrom, né? É cocô. Acho nojento”, recusa a gaúcha.

Mais liberal, Ana confessa que quando topa esse tipo de apresentação não mostra o rosto nas câmeras. “As ofertas aparecem e normalmente são valores mais altos. Aí analiso o que o cliente quer e faço, mas aí não apareço”, explica Ana, ressaltando que já recusou outros shows “mais pesados”, como automutilação. Apesar do sucesso financeiro, a profissional mais experiente cita os riscos da profissão. "Já fui reconhecida na rua por um desconhecido e ameaçada por clientes violentos. Mas saí bem de tudo isso".

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