FONTE: Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).
Um estudo da Universidade Harvard,
publicado nesta terça-feira (31) no periódico "Human
Reproduction", apontou que os homens que comeram mais frutas e
legumes com altas taxas de agrotóxicos produziam menos espermatozoides.
No grupo dos que ingeriam mais pesticidas, a contagem de esperma foi de
em média 86 milhões de espermatozoides por ejaculação ante a média de 171 milhões
entre os homens que comiam porções menores de agrotóxicos, uma diferença de
49%.
Já a porcentagem de espermatozoides
'bem formados' foi de 7,5% entre os homens que comiam melhor, contra 5,1% entre
os que comiam alimentos mais contaminados – uma variação de 32%.
O levantamento, que levou em conta a
análise de 338 amostras de sêmen de 155 homens de 18 e 55 anos coletadas em
clínicas de fertilização, mostra diminuição na quantidade na comparação com
homens que comem menos agrotóxicos, mas não relaciona mudanças na qualidade do
sêmen dos estudados.
Altera quantidade,
não qualidade.
"Estes resultados não devem
desencorajar o consumo de frutas e legumes em geral. Na verdade, descobrimos
que a ingestão total de frutas e hortaliças foi completamente alheia a qualidade
do sêmen. Isto sugere a implementação de estratégias que visem especificamente
evitar resíduos de pesticidas", afirmou Jorge Chavarro, professor
assistente de nutrição e epidemiologia na Escola de Saúde Pública de Harvard,
autor do estudo.
Estudos anteriores já mostraram que a
exposição a pesticidas pode ter um efeito sobre a qualidade do sêmen, mas até
agora tem havido pouca investigação dos efeitos dos agrotóxicos nos homens.
Os participantes do estudo
responderam a questionários no qual afirmavam os tipos de frutas e vegetais que
costumavam comer e as quantidades diárias.
Morango e maçã são
vilões.
Para classificar o risco, os
pesquisadores se basearam em dados do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos, que classifica as frutas e vegetais com maior e menor concentração de
resíduos de agrotóxicos.
Exemplo: ervilhas, toranja, feijões e
cebolas têm menor concentração, ao passo que pimentas, espinafre, morango, maçã
e pera têm maior. Foi levado em conta também os alimentos que são consumidos
sem casca, o que pode eliminar o contato com os resíduos.
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