FONTE: Yuri Abreu, TRIBUNA DA BAHIA.
Depois dos aumentos
do combustível, que começou no dia de ontem, e da conta de energia, o
consumidor baiano pode se preparar para mais um acréscimo que vai pesar, e
muito, no bolso. A partir do dia 31 de março, os medicamentos sofrerão um
reajuste médio de 4% - os de uso contínuo entre 4% e 5%. Neste ano, com as
modificações no cálculo utilizado para determinar o preço destes produtos, a
expectativa do governo é de que haja uma maior concorrência na indústria
farmacêutica.
“Apesar deste
aumento, que tem todos os anos, ele ainda será abaixo da inflação”, garantiu o
vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do
Estado da Bahia (Sincofarba), Luiz Trindade. No entanto, ainda de acordo com
ele, o reajuste deve incidir mais nos medicamentos de marca, dando um espaço
para uma maior produção de genéricos. “Já existe uma política, há cinco anos,
que autoriza este tipo de aumento”, salientou.
O novo cálculo leva
em consideração alguns fatores como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo), o da produtividade repassado ao consumidor, o de ajuste de preços
relativos entre setores – como o da energia –, além do fator de ajuste de
preços relativos do próprio setor de medicamentos, que é estipulado pela Câmara
de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Com o reajuste
valendo daqui a poucos dias, cada grupo de medicamentos, que está dividido em
três, terá diferentes porcentagens de reajuste. De acordo com Sincofarma, de
Minas Gerais, o grupo 1, que é composto por pouco mais de 12 mil medicamentos,
entre eles omeprazol (para problemas gástricos) e amoxilina (antibiótico), vai
aumentar 5,85%. O grupo 2, que tem quase 1.300 medicamentos – fazem parte desse
grupo a lidocaína (anestésico) e risperidona (antipsicótico) – será reajustado
em 2,80%. O único grupo em que não haverá acréscimo será o 3, onde medicamentos
como o ritalina (estimulante) e o stelara (tratamento da psioríase) ficarão
mais baratos em 0,25%.
CONSUMIDORES.
Nas drogarias, os gerentes dos estabelecimentos garantem que ainda não foram
informados do reajuste do preço dos medicamentos. “Ainda não nos foi repassado
nada até agora. Estamos aguardando o posicionamento da empresa”, resumiu Paulo
de Jesus, gerente de uma farmácia que fica no Campo da Pólvora. A poucos metros
mais a frente, em outro estabelecimento, a também gerente, Tatiana Lima,
garantiu não saber de nada sobre o reajuste, mas já sabe que ele virá.
“Normalmente, nem sempre aumentamos o quanto o governo determina, mas todo ano
sempre acontece”, contou.
Vendas.
Questionada se o aumento poderia trazer prejuízo nas vendas do estabelecimento futuramente, ela discordou. “Querendo, ou não, os medicamentos, hoje em dia, são um item básico para muitas pessoas. Os clientes, no início, até estranham, mas depois acabam se acostumando. Da mesma forma foi com o aumento dos combustíveis, quando os motoristas reclamaram, mas depois tiveram que se adaptar a realidade”, falou.
Questionada se o aumento poderia trazer prejuízo nas vendas do estabelecimento futuramente, ela discordou. “Querendo, ou não, os medicamentos, hoje em dia, são um item básico para muitas pessoas. Os clientes, no início, até estranham, mas depois acabam se acostumando. Da mesma forma foi com o aumento dos combustíveis, quando os motoristas reclamaram, mas depois tiveram que se adaptar a realidade”, falou.
Por outro lado, quem
precisa tomar medicamentos para controlar índices como o colesterol, reclama de
mais alta que vem por aí. “São aumentos abusivos, um absurdo. Infelizmente, os
governantes nos prometeram tanta coisa nas eleições e agora não cumprem nada.
Mas, não tem jeito. Nós temos que comprá-los, afinal são prioridade para todos
nós”, comentou a aposentada Glória Batista, que mora na Ilha de Itaparica.
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