domingo, 31 de maio de 2015

FUMANTE PASSIVO CARREGA EFEITOS DA FUMAÇA DO CIGARRO DURANTE UMA SEMANA...

FONTE: Mirthyani Bezerra, Do UOL, em São Paulo (noticias.uol.com.br).


Os riscos do fumo esporádico também se estendem à pessoa que costuma ficar próxima a quem está fumando, mesmo sem estar com o cigarro na mão, pois ela também está exposta às cerca de 4.720 substâncias tóxicas presentes no cigarro. Estima-se que a cada três cigarros fumados, o fumante passivo consome um por tabela. Além disso, a fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde no ambiente carrega, em média, o triplo de nicotina, monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala.

Estudos publicados na época em que o Estado de São Paulo proibiu o fumo em ambientes coletivos, públicos ou privados, mostraram que o fumante passivo exposto ao cigarro nessas ocasiões mantinha sinais alterados até uma semana após a "balada". A lei antifumo é de maio de 2009.

"Eles simulavam um ambiente fechado de festa e mediam a concentração de fumaça no local durante até quatro horas. Os pesquisadores perceberam efeitos cardiovasculares até uma semana depois da festa. Uma exposição única e pontual é capaz de
alterar frequência cardíaca e a pressão arterial do fumante passivo", explica Francisco Mazon, pneumologista do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo).

O fumante passivo também está se sujeita a ter crises de doenças respiratórias previamente adquiridas, como asma e renite. "O ambiente fica impregnado com as substâncias tóxicas. Por exemplo, se uma pessoa fuma dentro de um carro, essas substâncias levam até 24 horas para se dissipar. Quem entra no carro antes disso, fica exposto", diz o médico.

Segundo dados de 2012 do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tabagismo passivo é responsável por sete mortes por dia no país, considerando apenas a exposição passiva ao cigarro em casa. Paulo Camiz, clínico-geral e professor da USP (Universidade de São Paulo) e Hospital das Clínicas de São Paulo, diz que o fumante passivo enfrenta 75% menos riscos que um tabagista, mas possui grandes desvantagens em relação aos não fumantes que não são expostos à fumaça do cigarro.


"O problema é ainda maior em relação ao fumo passivo em gestantes, em que há risco aumentado de morte fetal, parto prematuro e de o bebê nascer com baixo peso. Há também um índice maior de desenvolvimento de problemas respiratórios nesses recém-nascidos", afirma.

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