FONTE: Chayenne Guerreiro, TRIBUNA
DA BAHIA.
No Brasil, a insônia é um distúrbio que acomete
36,5% das pessoas, segundo dados do Instituto do Sono.
Deitar,
fechar os olhos, contar carneirinhos, levantar, beber água, voltar pra cama,
ligar e desligar a TV, pegar o computador, o celular, entrar no face, e nada do
sono. Outros ainda tiram um soninho, mas até às duas da manhã, três quando
muito, e ele vai embora.
Essa é
a rotina de pelo menos um terço da população mundial. No Brasil, a insônia é um
distúrbio que acomete 36,5% das pessoas, segundo dados do Instituto do Sono.
“A
insônia representa hoje, o distúrbio mais prevalente na clinica medica. Sabemos
hoje que em uma cidade como São Paulo, 33% das pessoas sofrem com o problema e
é o que acontece no mundo inteiro. Hoje um terço da humanidade tem a parte mais
avançada do sintoma e esse é um numero muito expressivo,” contou o Coordenador
do laboratório do Sono,do Hospital Português, Francisco Hora
De
acordo com o especialista em sono, o grande problema está no tratamento que as
pessoas dão ao distúrbio. “A primeira coisa que temos que pensar é que insônia
não é doença, é sintoma, ou seja, a insônia está pro paciente como uma tosse ou
uma febre. Normalmente as pessoas tomam um remédio para tratar o sintoma sem
saber o que está causando-o. É como se eu dissesse: Tome um remédio pra febre
sem saber o por que da febre. A insônia pode ser consequência de inúmeras
doenças, naturalmente existem vários tipos dela. Existem as secundarias a
ansiedade, a depressão, por estresse, por problemas orgânicos, entre outras. O
mais importante hoje, não é tratar a falta de sono é descobrir o que está por
trás para ai sim resolver o problema,” explicou.
Ainda
segundo Hora, os jovens são os que mais sofrem com o problema atualmente. “O
que tem acontecido muito hoje, é que as pessoas estão se privando,
voluntariamente do sono. A cultura hoje para um jovem, que hoje, é a faixa
etária que mais tem esse impacto, que vive essa nova cultura, que diz que
dormir é perda de tempo. As atividades são múltiplas, tem mil coisas para
fazer, trabalho, tem a festa, eles não querem perder nada e o que vão cortar? O
sono. Nossa sociedade dorme hoje, uma hora e meia a menos do que dormiam nossos
avós. Outra coisa que influencia muito é o excesso tecnologia, todo mundo
está o tempo todo plugado, é o whats app, o facebook,as pessoas não dormem
mais. Ficam ali ansiosas, excitadas, com a necessidade de conversar, e isso
tudo está trazendo para essa geração mais nova, insônia crônica,” disse.
Os riscos no uso de medicamentos.
De
acordo com um estudo publicado na última edição do Canadian Journal of
Psychiatry, o uso de medicamentos para insônia e ansiedade aumenta em até 36% o
risco de mortalidade. Segundo o Coordenador do laboratório do Sono, do HP,
Francisco Hora, a prescrição de e dependência de medicamentos pode ser evitada
a partir do diagnostico correto.
“A
maioria das pessoas que tem insônia crônica se tornam dependentes de
medicamentos, sobre tudo, os chamados Benzodiazepínicos, que terminam em pam,
esses medicamentos criam dependência , então as pessoas acham que com isso vão
resolver o problema, se tornam viciadas sem ao menos tratarem a causa do
problema. Claro que existem um percentual de pessoas que o próprio psiquismo
dele é tão acelerado,tão agitado, que ele não dorme mesmo, então esse vão sim
precisar de alguma ajuda medicamentosa, mas a maioria só precisa descobrir a
causa da insônia para não sofrer mais com ela”, contou.
Ainda
de acordo com Hora, os efeitos de uma noite mal dormida são muitos e podem
comprometer a qualidade de vida das pessoas.
“Quem
não dorme bem, no dia seguinte não produz, fica irritado, começa a ter comprometimento
na sua capacidade de memória, de concentração, de raciocínio, além disso, do
ponto de vista orgânico e físico, ele perde resistência, se sente menos apto,
fica mais vulnerável a gripes, infecções oportunistas, por que perde imunidade.
Ou seja, a insônia tem um impacto muito ruim na vida das pessoas e compromete a
qualidade de vida,” disse.
Descansar com qualidade.
O
especialista do sono explica que existem formas de melhorar a qualidade do sono
e prolongar as horas de descanso. “Existe uma coisa chamada: Higiene do Sono,
que é o fundamental para quem tem esse tipo de problema, criar hábitos
saudáveis, por exemplo, dormir e acordar mais ou menos no mesmo horário, a
mesma coisa para os horários das refeições. Evitar cafeína, a nicotina, isso sem
falar nas outras drogas, como cocaína, que são completamente excitantes e tiram
o sono mesmo. Evitar o uso do álcool em excesso, fazer atividade física
regular, principalmente pelo horário da manhã. Academia próximo da hora de
dormir compromete o sono. Evitar transformar o quarto de dormir em escritório,
para que a cabeça não crie o habito de trabalhar na hora que deveria descansar.
Não assistir noticiais ruins que passam na televisão, ter um ambiente de dormir
confortável, sem barulho, no escuro,com temperatura adequada. Não fazer
refeições pesadas a noite, entre outras coisas, são garantias de uma noite de
sono mais tranquila,” finaliza.
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