A OMS considera
eliminada a transmissão vertical do HIV quando se registram menos de dois casos
para cada cem bebês nascidos de mulheres infectadas,
Cuba se tornou o primeiro país do mundo a eliminar a
transmissão de HIV e sífilis de mãe para filho. A conquista foi validada ontem
pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que ressaltou o papel do sistema de
saúde cubano, focado na atenção básica, no processo de eliminação. “O êxito de
Cuba demonstra que o acesso e a cobertura universais de saúde são factíveis e,
de fato, a chave desse êxito, até mesmo contra desafios tão complexos como o
HIV”, disse a diretora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Carissa
Etienne, em coletiva de imprensa realizada em Washington para anunciar o feito.
A OMS considera eliminada a transmissão vertical do HIV
quando se registram menos de dois casos para cada cem bebês nascidos de
mulheres infectadas. No caso da sífilis, a taxa deve ser inferior a 0,05 casos
a cada 2 mil nascidos vivos. Em Cuba, apenas dois bebês nasceram com HIV e
cinco com sífilis congênita em 2013, o que coloca o país dentro dos parâmetros
solicitados pela entidade para a dupla validação. “Eliminar a transmissão de um
vírus é uma das maiores conquistas possíveis na saúde pública. É uma grande
vitória na nossa luta contra o HIV e contra as infecções sexualmente
transmissíveis, e um importante passo para termos uma geração livre da aids”,
disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
Uma missão internacional de especialistas visitou a ilha
caribenha em março de 2015 para validar o progresso da eliminação da
transmissão vertical das duas doenças. Na ocasião, foram visitados centros de
saúde, laboratórios e órgãos governamentais para a coleta de dados. Os
especialistas que participaram da visita reconheceram a importância dos
esforços do governo cubano para assegurar à população um pré-natal adequado,
testes de sífilis e HIV e tratamento às gestantes, seus parceiros e os bebês.
Outros países.
Segundo a OMS, outros seis países e territórios das Américas estão em condições de solicitar a validação de eliminação de HIV e sífilis: Anguilla, Barbados, Canadá, Estados Unidos, Montserrat e Porto Rico. Além disso, oito países da região teriam eliminado a transmissão vertical de HIV e outros 14, a de sífilis. O ministro da Saúde cubano, Roberto Morales Ojeda, disse que o país está disposto a auxiliar outras nações na busca pela mesma validação. “Estamos totalmente à disposição para ajudar outros países.”
Segundo a OMS, outros seis países e territórios das Américas estão em condições de solicitar a validação de eliminação de HIV e sífilis: Anguilla, Barbados, Canadá, Estados Unidos, Montserrat e Porto Rico. Além disso, oito países da região teriam eliminado a transmissão vertical de HIV e outros 14, a de sífilis. O ministro da Saúde cubano, Roberto Morales Ojeda, disse que o país está disposto a auxiliar outras nações na busca pela mesma validação. “Estamos totalmente à disposição para ajudar outros países.”
O número de crianças nascidas na América Latina e Caribe
com HIV caiu quase 80% em uma década. Em todos os países de baixa e média
renda, dobrou o número de grávidas com HIV que recebem tratamento para prevenir
a transmissão vertical. Em todo o mundo, sete em cada dez gestantes
soropositivas recebem o tratamento. O desafio, porém, ainda é grande. A OMS
estima que cerca de 1,4 milhões de mulheres infectadas pelo vírus da aids ficam
grávidas a cada ano no mundo.
Se as gestantes não recebem o tratamento antirretroviral
durante a gestação, o risco de transmissão do vírus para o bebê é de até 45%.
Se são tratadas, a chance de contaminação da criança cai para 1%. No caso da
sífilis, são aproximadamente 1 milhão de grávidas infectadas pela doença por
ano em todo o mundo. A doença pode levar à morte do bebê, malformação fetal ou
infecções neonatais graves.
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