Um novo
exame que usa sangue e saliva para detectar câncer de cabeça e de pescoço tem
se mostrado promissor em um pequeno número de pacientes - informaram nesta
quarta-feira os pesquisadores.
Enquanto provavelmente levará anos até que o teste esteja disponível para o público, as descobertas dos pesquisadores da Universidade Johns Hopkins têm aumentado a esperança para um teste de triagem barato, que poderia ser feito por dentistas ou médicos durante visitas regulares.
O câncer de cabeça e pescoço afeta cerca de 50.000 pessoas nos Estados Unidos a cada ano e está em ascensão entre os homens. Os principais fatores de risco são o álcool, tabagismo e papilomavírus humano (HPV), uma infecção comumente transmitida sexualmente que muitas vezes passa despercebida.
"Conseguimos demonstrar que o DNA do tumor no sangue ou saliva pode ser medido com êxito por esses tipos de cânceres", contou o principal autor Nishant Agrawal, professor de otorrinolaringologia e oncologia na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins.
O estudo envolveu 93 pacientes com câncer que tinham sido diagnosticados anteriormente.
Em pacientes portadores de cânceres originados por HPV, os cientistas recolheram amostras de sangue e saliva de DNA relacionado à promoção de câncer.
Naqueles com câncer não ligados ao HPV, os médicos buscaram mutações em um punhado de genes relacionados ao câncer.
Os pesquisadores descobriram o DNA do tumor na saliva de 71 dos 93 pacientes (76 por cento) e no sangue de 41 dos 47 (87 por cento).
Cerca de metade dos pacientes concederam tanto saliva quanto amostras de sangue aos cientistas, e os testes combinados encontraram DNA do tumor em 45 dessas 47 pessoas (96 por cento).
"A combinação de exames de sangue e de saliva pode oferecer a melhor chance de encontrar o câncer", disse Agrawal.
Mais testes sobre um maior número de pacientes ainda são necessários antes que o teste possa procurar a aprovação do mercado.
Uma forma beta do teste pode custar milhares de dólares, mas com o tempo poderia ser oferecido por 50 dólares em ambiente de escritório ou de cuidados primários de um dentista, disseram os pesquisadores.
"Nosso objetivo final é desenvolver melhores testes de triagem para encontrar cânceres de cabeça e pescoço entre a população em geral e melhorar a forma de como monitorar pacientes com câncer de recorrência de sua doença", afirmou o co-autor Bert Vogelstein, professor de oncologia na Johns Hopkins Kimmel Cancer Center.
A pesquisa foi publicada em 24 de junho na revista Science Translational Medicine.
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