FONTE: Portal Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Centro de Estudos em Reumatologia da Universidade
Federal do Paraná é uma das instituições que participou do desenvolvimento do
fármaco que reduz a progressão da doença.
Sebastião
Cezar Radominski, chefe da especialidade de Reumatologia do CHC e professor da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), participou da pesquisa para o
desenvolvimento de um novo medicamento para a Artrite Reumatoide no Centro de
Estudos em Reumatologia desde 2005.
O
pesquisador faz parte de um grupo de estudo sobre artrite reumatoide, que
é integrado pelo Complexo Hospital de Clínicas da UFPR (CHC-UFPR), além de
outros três centros de estudos do Brasil.
“A
pesquisa desenvolveu um medicamento inovador, de uma nova classe terapêutica
(anti-JAK3), o Tofacitinibe, que age bloqueando a sinalização para a inflamação
agora dentro do núcleo das células, reduzindo a progressão da doença e
impedindo a destruição articular", explica Radominski.
Com
perfil de segurança e eficácia semelhantes aos imunobiológicos, que são
administrados de maneira injetável em instituições de saúde, esse novo fármaco
é muito mais prático pois pode ser utilizado via oral, inclusive, tornando o
procedimento economicamente muito mais viável.
Desde
maio deste ano, o medicamento está disponível no Brasil por meio de planos de
saúde e vendas em farmácia sobre prescrição médica.
Para
chegar ao consumidor, o fármaco passou por vários testes e em 2012 foi aprovado
pelo Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, e, no
fim de 2014, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Cerca
de 80 pacientes participaram dos estudos clínicos de fase II e III e a maioria
se encontra ainda nos estudos de extensão a longo prazo, no centro de
estudos.
No
momento, o medicamento aguarda incorporação na tabela do Sistema Único de Saúde
(SUS) para uso na rede pública.
A
partir das pesquisas de Radominski, inclusive, o Ministério da Saúde já
incorporou os medicamentos abatacepte, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe
contra a artrite reumatoide na tabela SUS em 2013.
Artrite reumatoide.
É uma
doença crônica autoimune que leva à inflamação (artrite) e a destruição das
articulações em médio e longo prazo.
Esta
doença, se não tratada em suas fases iniciais, pode acarretar deformidades
irreversíveis, sendo uma das maiores causas de incapacidades especialmente em
mulheres adultas jovens, com impacto tremendo na sua qualidade de vida.
É
também um dos principais motivos de próteses articulares totais nesta faixa
etária, além de osteoporose precoce, especialmente, por uso crônico de
corticoides.
Embora
não tenha cura, a descoberta de novos tratamentos como os chamados de
imunobiológicos (anti-TNFs e outros), constituíram-se em uma revolução e alento
no tratamento da AR nos últimos 15 anos.
Todos
os medicamentos imunobiológicos disponíveis, atualmente, são de uso injetável,
seja intravenoso ou subcutâneo o que pode ser um obstáculo para uma boa parte
dos pacientes, quanto a aderência ao tratamento.
A ação
dos fármacos atuais se dá por bloqueio de proteínas que causam a inflamação
fora do núcleo das células.
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